Um pequeno gesto pode dizer muita coisa! Eduardo Bandeira de Mello viveu seu primeiro dia como presidente do Flamengo ontem, e não precisa ser nenhum gênio para saber que o cenário no clube está bem longe de ser animador. Todavia, uma de suas primeiras atitudes como novo mandatário rubro-negro (mesmo simbólica) enche de esperança o torcedor do clube.
Uma simples troca de foto no gabinete da presidência. Sai Obama e entra Zico. Sai um figurão que não tem a menor ligação com o clube e entra a imagem de seu maior ídolo. Pode parecer uma pequena bobagem, mas sugere uma troca de mentalidade que tem tudo para fazer bem ao clube. A imagem de Obama na sala antes ocupada por Patrícia Amorim só dizia uma coisa: os interesses pessoais dela estavam acima do clube. Batizada de ‘operação Obama’, a entrega da camisa do Fla para o presidente norte-americano durante um pouso de helicoptério na Gávea foi digna de comédia pastelão. O tom de tietagem diante do político dos Estados Unidos era constrangedor. No entanto, justiça seja feita: Patrícia Amorim não foi a única autoridade que tietou Obama e protagonizou cenas do gênero. Em suma: Eduardo Bandeira de Mello já saiu na frente ao colocar futebol acima de política.
E ele deve contar com a oposição ferrenha de ninguém menos que Capitão Léo, o responsável por tornar insuportável a presença de Zico no clube. Antes mesmo do começo do ano ele já deu uma alfinetada no novo presidente. “O discurso da diretoria nova me lembra a época do Belluzzo no Palmeiras”, declarou o presidente do conselho fiscal do clube e antigo chefe de torcida organizada. Para quem não se lembra, Luiz Gonzaga Belluzzo é um eminente economista, professor e intelectual que presidiu o Palmeiras. Começou bem, teve uma gestão conturbada e não conquistou nada. A ironia de Capitão Léo deixa claro que Bandeira de Mello não terá vida fácil nos bastidores do clube.