Postado em: 10 de mar de 2013.
No Ninho do Urubu, os jogadores que poderiam virar ídolos do Flamengo não nascem, sofrem um aborto. E as ferramentas para dar vida a um novo profissional ainda são precárias. Desde novembro de 2010, quando foram prometidas novas instalações através do projeto “Rubro-negro para sempre”, apadrinhado por Zico e depois Ronaldinho Gaúcho, a base do clube funciona no improviso. Ainda hoje, o dia-a-dia da parte administrativa e médica acontece dentro de contêiners cercados pelo famoso muro de tijolinhos inacabado, buracos, vergalhões e muita bagunça. A falta de recursos é discurso antigo. Para avançar na formação de seus jovens atletas, a diretoria que assumiu o clube tem no papel a ideia de ampliar os alojamentos e dar condições extracampo para o desenvolvimento de futuros talentos no clube. As instalações até esse ano ocupadas pela base foram interditadas, e os jogadores do profissional “cederam” seu espaço para os mais novos, passando a concentrar e almoçar no hotel. — A estrutura vai ter que melhorar. Em um mês vamos fazer a reforma dos alojamentos. Hoje temos 28 jogadores instalados e vamos ampliar para pelo menos 42 garotos — informou Marcos Biazoto, novo coordenador da base. Responsável pela reformulação da categoria em clubes como Grêmio e Palmeiras, o profissional entende que é necessário dar aos meninos condições de se qualificar para tornarem-se — atletas ou não — inteligentes. — Queremos formar meninos que pensem mais no jogo — explica o coordenador. Para isso, a ideia é instalar uma biblioteca e dar transporte para os garotos entre 14 e 18 anos irem para a escola. O objetivo com todo esse cuidado é também garantir o certificado de clube formador, e recuperar o investimento em caso de transação do atleta. — Temos que formar cidadãos, vamos ampliar a parte de psicologia e assistência social, colocar van com pedagogo para o colégio, e controlar o que fazem fim de semana. Mas precisa de dinheiro — concluiu Biazoto. Por uma transição mais lenta A pressa necessária para as obras é tudo que a diretoria do Flamengo não quer para seus novos talentos. Os recentes casos de Adryan, Mattheus e Thomás, integrados aos profissionais no ano passado, quando o time vivia uma crise, acendeu o alerta. — O maior problema é a queima de etapas. Os garotos chegam com carências, não tem tempo de formação — avalia o técnico Dorival Júnior, que já conversou com o novo coordenador da base e modificou a estratégia. Agora, um atleta é experimentado no time de cima, mas segue jogando pelos juniores. A cobaia inaugural é Igor Sartori, atacante. Depois de atuar uma parte do jogo contra o Olaria, desceu e defendeu os juniores. O mesmo que o técnico Joel Santana tentou fazer com Thomás, mas foi pressionado pela diretoria anterior a recuar. Outro desafio é montar um plantel de base com características distintas. Destaques como Rafinha e Rodolfo são exemplos de um Flamengo que forma atletas de baixa estatura e pouca força. — Vamos mudar esse perfil — garantiu o diretor executivo Paulo Pelaipe. — Tem que se preocupar, não dá para ter zagueiro pequeno — disse Biazoto.
Marcos Biazoto detalha planejamento na base do Flamengo A gente ainda está fazendo levantamento. A estrutura vai ter que melhorar. Já interditou alojamentos para reforma, mudamos os garotos para o alojamento dos profissionais, e o profissional foi para o hotel para liberar os garotos, em um mês com a volta do engenheiro de férias vamos fazer a reforma dos alojamentos. Temos que melhorar as condições dos garotos para depois atacar a condição técnica. Na Gávea ja não tem mais nada, só usa o campo para o júnior, porque os meninos não moram no alojamento, duas ou três vezes treinam lá com mais fácil acesso. Hoje temos 28 jogadores instalados no CT entre 14 e18 anos, vamos ampliar para pelo menos 42 garotos. Estamos estruturando o departamento, o Flamengo não tinha um banco de dado de atletas, não só o sistema, mas os garotos que podemos trazer para cá através das análises de jogos, o material já recolhido vai ser passados em vídeos para o computador, o clube já comprou equipamentos, queremos fazer parcerias com clubes de menor expressão também. Quem não quer vestir a camisa do Flamengo? Vamos selecionar em todas as faixas etárias. Quem trabalha com formação tem que entender do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), contrato, legislação, o primeira contrato é de três anos. O São Paulo teve problema com o Oscar porque emancipou e fez cinco anos. A preocupação é deixar os meninos vivendo como se fosse na casa deles. A primeira demanda é na infraestrutura. Jogadores de qualidade o Flamengo sempre vai ter. Temos que melhorar os jogadores para chegar em cima com o menor numero de defeitos de fábrica. Já conversei com o Dorival, trabalhei com ele no Paulista de Jundiaí. O menino se destaca com 16 anos e tem status de craque, mas ainda é uma criança, joga como se tivesse 27 anos. Dorival entende também assim, acha que a transição tem que ser com calma. Fizemos isso com o Igor Sartori, ele voltou e jogou no time de baixo, para manter o ritmo quando for requisitado. Para que os meninos entendam que subir e descer é normal nessa fase. Não posso falar de casos como Adryan, Mattheus, cheguei agora. Tem que ter essa tranqüilidade, se eles chegaram foi por mérito, mas a vezes não estão preparados, emocional, técnicamente, ainda falta corrigir tática, evoluir. Essa transição tem que ser encarada de forma natural por eles e pelo clube. Tem que ser feito com os que já subiram também. Talvez esses meninos tenham potencial acima, nem precisem voltar, essa fase eles já passaram, mas os que chegam agora vão passar por isso. A demanda era muito grande, o Carlos Noval segue como diretor executivo, o Carlos Brasil cuida da logística, rouparia, e eu a coordenação junto com o Toninho Barroso, a gente não chega pra tomar lugar de ninguém, chega pra somar, algumas coisas vamos tentar alterar com o tempo, agora o Flamengo evoluiu em cinco anos com essas pessoas que estão aqui, melhorou muito, administrativamente, a formação, e qualidade de jogadores. As pessoas que estavam aqui fizeram um bom trabalho. RELAÇÃO COM FAMÍLIA E EMPRESÁRIOS Tem que aprender a lidar com isso. Tem gente boa e gente ruim. Não pode generalizar. Tem empresários com a preocupação com a formação do garoto, outros que so olham a cifra e que o menino vai virar dinheiro na frente. Os meninos em formação precisam ter noção de que o futebol não é para resto da vida, temos que formar como cidadão, se não se tornar-se jogador pode seguir outra profissão, vamos ampliar isso. Tive reuniões com psicologia e assistência social, vamos avançar, ja tinha psicólogo, mas estamos contratando mais gente. Algumas coisas precisam evoluir. Transporte para o colégio hoje é com Riocard, vamos colocar van com pedagogo, pessoa preocupadas com a legislação, a estrutura de material humano e física. A preocupação de fim de semana com o que os meninos fazem aqui também existe. Estamos projetando, mas precisa de dinheiro. Queremos formar os meninos com o cognitivo melhor, que pense mais no jogo. A internet é um avanço do mundo, é uma coisa boa que precisa saber ser usada, não temos biblioteca aqui com internet para pesquisa dos garotos, tem que ter. O professor pede e eles nao conseguem pesquisar. Temos que ter a preocupação de eles não colocarem coisa no Facebook irritados, fazer piadas com adversário, vamos orientar mas não liquidar. Eles tem que cuidar da gestão da própria carreira. O mimo é diferente, uma coisa é dar a condição educacional, outra é em casa, a gente não consegue transformar pai e mãe. Tem as regras em casa e as regras do clube. Anda paralelo. O cognitivo melhora se der boa educação, vai ter um menino melhor formado, senão vai aprender o que a rua ensina. O Rio tem um perfil técnico diferente. Jogadores de qualidade técnica melhor, por causa da praia, peladas, jogadores que resolvem no aperto. No Sul tem jogadores mais fortes, no sudeste mais técnicos, é cultural. Os zagueiros precisam ser rápidos mas não tão técnicos, tem que se preocupar com isso, não dá para ter zagueiro pequeno. Só que não é o Flamengo que tem jogadores franzinos, nos outros clubes também. O importante não é o tamanho, sim que ele resolva. Vamos tentar mesclar, não da para ter todo mundo baixinho, mas não adianta só ter alto e não conseguir botar a bola pra dentro. O Flamengo esta atrás do certificado de clube formador. Tem 15 clubes no Brasil que tem o certificado. Depois vamos pedir a ISO para a base, o Flamengo tem que ir nesse caminho. Estamos levantando, retomamos o que já vinha sendo feito, nos próximos 50 dias acredito que vamos ter esse certificado, que é uma proteção. Hoje existe ética ente coordenadores de base, mas o Flamengo está no avanço para isso. Se o clube levar o jogador do Flamengo o certificado é a prova que está dando tudo que se pede no contrato de formação, ajuda de custo, psicólogo, etc, vamos receber em cima disso, multiplicado pela quantia que a lei exige, somos indenizados e é uma proteção com o investimento.
E aí Nação, o que vocês acharam? Aqui você é o comentarista!
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O título da matéria está errada!...Do papel já saiu meus amigos...o titulo é "Nova diretoria tenta dar continuidade no Projeto do novo Ninho do Urubu".....daqui a pouco teremos uma nova matéria: "DIRETORIA DERRUBA O MURO DOS TIJOLINHOS, POR NÃO NÃO DAR RETORNO FINANCEIRO".....daqui a pouco Mengão vira banco!
Tu prefiria a AMADORIM NÉ!!! Fala sério...
Vascaíno enrustido...
DENI DA KU