Uma pequena revolução está acontecendo. Depois de décadas, os grandes clubes resolveram peitar a CBF. Cansados de perder dinheiro com os estudais, eles querem a forra. E vai além do Sul-Minas que está sendo articulado.
Inspirado no sucesso da Copa do Nordeste, Corinthians, Flamengo e Cruzeiro já avisaram a CBF: Querem excursionar durante a Copa das Confederações, exigindo a liberação também para o período da Copa do Mundo.
A princípio, José Maria Marin não queria liberar, entendia que permitir um, não tem como segurar os demais. O medo é que as viagens atrapalhem a disputa do Brasileiro e da própria Libertadores.
Os dois torneios serão paralisados durante a Copa das Confederações, e por isso Marin não quer saber de adiar partidas por problemas de equipes no Exterior, muito menos ver os grandes clubes entrando em campo com juniores.
Mas as diretorias dos três clubes já se comunicaram que não vão ceder e querem a liberação para excursões. Empresários querem levar os três aos Estados Unidos. O Corinthians tenta arrumar algum amistoso na China, por conta de Zizao e o Flamengo já recebeu diversas propostas, inclusive dos EUA.
O momento não é nada favorável a Marin. Não bastasse a campanha de Romário para derrubá-lo, há o vazamento de conversas comprometedoras ao telefone, as quais têm sido lançadas periodicamente no youtube. O dirigente ficou tão irritado com a situação, que tomou providências e mandou trocar a central telefônica da CBF.
Andrés Sanchez começa a articular a oposição para a eleição de 2014 na CBF. Diante desse quadro político, Marin está disposto a ceder e liberar os três clubes para viajar.
Só que ele realmente estava certo. Outras equipes brasileiras souberam dessa iniciativa e também querem o direito de buscar dinheiro no Exterior.
Atlético Mineiro, Fluminense, São Paulo, Botafogo, Internacional e Santos são eles. Suas diretorias já conversam com empresários querendo amistosos e torneios relâmpagos nos EUA e Europa. O movimento está crescendo, havendo o efeito colateral.
Finalmente alguns dirigentes estão acordando para a força que têm, principalmente unidos, diante da CBF.
O sonho de uma liga independente não está tão distante. Para que a situação não desande a CBF não quer lidar com dirigentes revoltados. Há até a possibilidade real de liberar geral. Quem tiver os melhores contatos, que vá ganhar seu dinheiro entre o dia 15 e 30 de junho, período que dura a Copa das Confederações.
Flamengo, Cruzeiro e Corinthians estão articulados e na frente, por terem pedido a liberação antes. Com Ricardo Teixeira raramente essas excursões estavam liberadas. Grêmio, Flamengo, Palmeiras e São Paulo já tiveram de jogar dinheiro no ralo ao serem convidados para torneios importantes no Exterior, ouviram o não da CBF.
Teixeira tinha força política, tanto que ficou 23 anos como presidente. Marin mal acabou de completar o primeiro e está completamente pressionado, e por isso não pode repetir a atitude ditatorial do exilado ex-presidente.
As excursões também servirão para mostrar o quanto os clubes seriam mais felizes. Bastava adaptar o calendário brasileiro ao europeu e estaria garantido o intercâmbio. A vinda de clubes importantes da Europa para cá no meio do ano e viagens lucrativas para times brasileiros.
Todos os anos, clubes grandes dizem não para vários convites. Europa, Ásia, Estados Unidos… Se pudessem viajar no meio do ano, ganhariam muito dinheiro.
Antes não era assim. O Santos manteve Pelé com o dinheiro de excursões, o Botafogo fez o mesmo com Garrincha, Palmeiras era presença garantida no Ramon de Carranza, torneio na Espanha. O Flamengo também sjá e aproveitou desse período. Mas as viagens durante campeonatos traziam problemas e elas foram cortadas.
Estão recomeçando por causa da Copa das Confederações e do Mundial, mas isso vai além. O processo está começando e Marin pode até enxergar, mas não tem condições de tomar qualquer atitude. Os dirigentes começam a se articular, a ter ideias. Não liberar seria pior para a CBF agora e na Copa do Mundo de 2014.
Os clubes não podem ficar parados durante duas semanas com seus jogadores só treinando e os torneios paralisados quando há convites importantes para amistosos fora do Brasil. Tomara que os dirigentes de clubes acordem, esqueçam a covardia e percebam o que estão para conseguir.
A liberação para excursão é importante, mas eles podem muito mais. Basta pensar que o patrimônio da CBF é de R$ 70 milhões e sua serventia é mínima.
Organizar campeonatos e se apossar da Seleção Brasileiro embolsando cotas de competições, cachês de amistosos e o incrível dinheiro pago pelos patrocinadores. Enquanto isso os clubes têm dívidas que chegam a R$ 4 bilhões.
Um dia, ainda vão acordar. Mas se juntar para exigir a liberação para excursionar é o primeiro passo para começar a perceber a força que têm quando estão juntos…
Fonte: Blog do Cosme Rimoli
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