Olá, amigos, prefiro não comentar, mas não posso deixar de admitir que, malgrado a saudade excruciante, foi uma benção o Flamengo não ter dado as caras na mídia durante a última semana. Com as semifinais do campeonato lilliputinense, um dos maiores fracassos de audiência da história da TV brasileira, pelada entre Amigos do Uran x Amigos do Alexandre Pitta para inaugurar o Maraca e história de amor bandido envolvendo uns infelizes na favela Salsa e Merengue podemos afirmar sem medo de errar que a semana que passou foi inteiramente dedicada ao que de pior existe no nanofutebol brasileiro.
Sei que faz um tempão do cacete que não mando uma letra aqui no Urublog. Não fujo à minha responsabilidade, ando meio vagaba mesmo. Mas vamos combinar que falar do time do Flamengo quando o mesmo não está fazendo nada digno de nota é inflacionar ainda mais um mercado que já sofre com a superoferta de opiniões. Pra tentar valorizar um pouco a minha própria opinião fiquei de canto, só na observação.
Mas pude perceber pelos comentários que a ausência de novos textos no blog fez muito pouca diferença no assunto do momento por aqui, o sócio-torcedor do Mengão. E não há como negar que o programa de sócio-torcedor coloca o Flamengo em um outro patamar no seu relacionamento com a torcida. O que durante muito tempo foi apenas um vago discurso sem resultados práticos – viabilizar economicamente o Flamengo através da força da sua torcida, hoje é uma realidade.
Com um time que atualmente não disputa nada que preste, sem estádio e sem ídolos, era bastante óbvio que o sócio-torcedor do Flamengo não poderia ter o mesmo formato dos programas já implementados pelos outros clubes. Ele tinha mesmo que ser diferente e apelar para os mesmos estímulos que já fizeram os rubro-negros enfiarem as mãos nos bolsos para pagar por pulseirinhas, camisetas e até tijolos, a saber: raça, amor e paixão.
Mas só emoção não enche barriga, também era preciso apelar para a razão. E quem fecha com o certo, sem precisar fazer contas complicadas, percebeu logo de cara que o maior benefício desse programa é o Flamengo poder ter bala pra ser o time que a torcida merece. E pelo qual está disposta a pagar a conta sorrindo. O programa de sócio-torcedor do Flamengo certamente não é o melhor do mundo e como tudo na vida deverá ser aperfeiçoado, melhorado, barateado ou customizado ao longo do tempo.
Também sou da opinião da maioria e acho que pro Flamengo tudo tem que ser o melhor, o mais moderno, o mais foda do mundo. Mas as coisas precisam começar de algum jeito e os grandes projetos só ganham vida quando conseguem sair do papel. Poderia ser melhor, mais barato ou mais atrativo? Poderia, mas prefiro um programa de sócio-torcedor cheio de defeitos do que nenhum programa de sócio-torcedor.
Até agora, com um mês na pista, o sócio-torcedor do Flamengo tem sido um inequívoco sucesso. Os números são promissores e, se continuarem no ritmo atual, no final do ano o Flamengo terá algo entre 60 e 80 mil rubro-negros contribuindo e gerando uma receita que pode chegar até a 50 milhões de reais por ano. O que é mais dinheiro do que a Adidas nos paga e quase o dobro do maior patrocínio de futebol do país. Vocês percebem a extensão do poder que colocaram nas mãos da torcida?
Mas é obvio que em apenas um mês mal se arranhou a crosta mais externa da superfície do planeta vermelho e preto. O sócio-torcedor do Flamengo tem muito espaço pra crescer. E em várias direções. Tem rubro-negro em todos os cantos do mundo e nem sempre é fácil falar com todos ao mesmo tempo. A diretoria e quem opera o programa tem que ter agilidade pra não perder nenhuma oportunidade porque o case de sucesso está separado por apenas umas poucas moléculas do fracasso retumbante .
Por hora o que posso fazer é contribuir mensalmente com a merreca que meu orçamento permite (40 reais), ficar secando o torcedômetro e esperar o dia em que essa grana bater na conta. Com os reforços prometidos, uniforme novo e uma boa campanha na Copa do Brasil e no Brasileiro a tendência é que o sócio-torcedor do Flamengo bombe ainda mais. Tudo isso ajuda, mas não podemos tirar da reta: a responsabilidade maior agora é nossa.
Fonte: Urublog
E aí Nação, o que vocês acharam? Comentem! Siga-nos também no