Maurício Prado critica gastos de R$ 1 bilhão no Maracanã não servirem para as Olimpíadas.


A atual reforma (mais correto seria dizer reconstrução) do Maracanã para a Copa de 2014 começou no dia 13 de agosto de 2010. Pouco menos de um ano antes (em 2 de outubro de 2009), o Rio fora escolhido sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Já se sabia, portanto, que o outrora “maior e mais belo estádio do mundo” seria palco das duas principais competições esportivas do planeta.

Como é possível que toda a obra (que custou cerca de R$ 1 bilhão) não tenha sido concebida numa parceria da CBF com o COB, já pensando nos dois eventos? Como é aceitável que agora o Comitê Rio-2016 mande um ofício ao governo do Estado, avisando que novas reformas precisarão ser feitas, entre outras coisas, para aumentar os túneis de acesso ao campo e reforçar a cobertura, que necessita suportar 120 toneladas (para manter suspenso um gigantesco placar no meio-campo), em vez das 80 projetadas?
É muita incompetência, não? Ou algo bem pior. Afinal, novas obras geram novos (super?) faturamentos, novas comissões, eventualmente novas empreiteiras (algumas ligadas a bicheiros e que tais) etc. Vide a vergonhosa história do Engenhão, que, aliás, também está no pacote olímpico…
Possíveis cambalachos à parte, o mais grave é o risco (praticamente uma certeza) de se ter mais um ou dois anos de Maracanã fechado, em prol de duas cerimônias olímpicas: a de abertura e a de encerramento, pois para os Jogos em si, ou seja, para o torneio de futebol, o estádio já estaria pronto.
Se o governo do Estado e a prefeitura tivessem um mínimo de preocupação com o dinheiro público, com as finanças dos clubes e com o prazer e a segurança dos torcedores diriam, agora, um sonoro NÃO ao comitê da Rio 2016. Entre modificar e fechar novamente o Maracanã e alterar detalhes das cerimônias das Olimpíadas o que faz mais sentido? O que indica o bom-senso?
O problema é que, nos dias de hoje, esperar sensatez, austeridade e equilíbrio da maioria dos nossos dirigentes esportivos e dos nossos políticos, equivale mais ou menos a aguardar a chegada de Papai Noel, no pé da lareira, ou do Coelhinho da Páscoa, no jardim. Haja paciência para aturar tantos desmandos. Essa sim é uma tarefa olímpica…
Fonte: Blog do Renato Mauricio Prado

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