– Ah, que isso?! Onde eu tô? – Não! Não! Aconteceu de novo?! – Ah meu Deus, quanto tempo dessa vez? – Melhorias, essa coisa de vida longa, modernidade, sabe como é né? – Puta merda, que dia é hoje? – Não tô não. Você ficou aí 3 anos igual morto, cheio de gente em volta, mexe daqui, conserta dali… – Cara, minha última lembrança é um gol do Palmeiras, acho. É isso? – Isso, boa memória! Tá novinho hein?! – E era o que? Final? O Palmeiras foi campeão? – Não, não. Caiu de novo. – Que porra é essa?!?!?!?! – Botox, irmão. Deram um tapa ai, disseram que ia ficar mais moderno, tendência na Europa toda… Gostou não? – É, fizeram tipo uma lipo…. – Eu não queria entrar nesse assunto mas, enquanto você dormia… perdeu o anel. – Puta que pariu, onde ficou a dignidade!? – Reclama não, rapaz. Tá bonitão, cheio de moral. Até a Dilma veio aí te ver. – Olha que traira…. nunca veio me ver antes do coma. – É, agora como ela ajudou a pagar a porra toda, ta aí e tu tem que tratar bem. – Foda-se. Me conta! O que aconteceu nestes três anos? Pelo amor de Deus, e os meus filhos? – Então… Um se mudou pra minha casa de vez. Os outros dois ficaram lá e agora devem voltar. O outro continuou lá mesmo, já morava sozinho. – Um está muito bem, outro bem, outro razoável, o que mora sozinho precisa de uma ajuda. – Mas conseguiram se virar esses anos todos? Estão como eu deixei?! – Não. Não exatamente. Eu segurei 2 festas do playboy sozinho. – O senhor precisa ver que beleza. Tá respeitado no país todo, cheio de moral. – Ô notícia boa!!! E o malandrinho? – Popular comò sempre, né? Ta aí agora falando em estudar, se formar, levar a sério… – Não. Chegou a namorar com uma musa que já encantou o mundo! Mas ela deu o pé nele. – Pena. E como anda meu saudoso pé frio? – Ta na fita. Quer inclusive estrear sua casa dando festa. Pode? – Pode. Filho é filho! Mas você disse que ele se mudou pra sua casa de vez. E ai? Se comportou? – Bastante. É ajuizado, quietinho, na dele. Não apronta muito. Mas tá caminhando viu? Namorando uma gata holandesa… rapaz… – Garoooooto! Só orgulho. – Trabalho mesmo tá dando o outro. O mais velho tá foda. – Ah não paga conta, vive pedindo ajuda, tá um problemão. – Agora eu vou poder ajudar mais. Liga pra lá. Diga que voltei! – Não da não, cortaram o telefone. Vai ter que esperar ele vir aqui pra contar. – Ah, rapaz. Que saudades de todos vocês. Desse Rio de Janeiro maravilhoso, desse povo tão apaixonado, desse calorão e desse batuque. – Nós também, mestre. Sentimos muito sua falta. – Mas parece que nem tanto. Afinal os meninos ficaram bem, você parece ter segurado legal a onda… – Mais ou menos. Na real não vim aqui te visitar. – Não. Agora quem vai apagar sou eu. Vou entrar na faca. To ruim… – Ô rapaz, você é jovem, supera. – Eu sei, é que na primeira internada já tem nego falando em me largar, me deixar de lado. É foda. – São assim mesmo. Ingratos, rebeldes, mas no fundo adoram contas nossas histórias e morrem de orgulho da gente. – É, eu sei. Brasileiros, né? Tolos como sempre, adoram falar mal do que mais gostam. – E vem cá. Quanto custou minha recuperação? – Caro. Bem mais do que o previsto. – Mais do que o seu parto? – Idade né? Custa mais mesmo… – É, e aí tem que ver direitinho essa grana e tal. – Bom, dinheiro não é o mais importante. Agora vamos comemorar que voltei, rever todo mundo e depois sim pensamos no dinheiro! – É isso! Boa sorte meu velho! Bom tê-lo de volta. – Valeu, Engenhão! Boa recuperação. – Falô, Maraca. Até já! E seja benvindo. Fonte: Blog do Rica Perrone E aí Nação, o que vocês acharam? Comentem! Siga-nos também no