Ela entrava naquela rede já característica e histórica pra ficar la dentro. Morria nas redes como quem se convence do gol marcado. O goleiro tinha a difícil tarefa de ter que ir lá dentro busca-la.
Era lindo, humilhante, brilhante, glorioso.
Acabou.
Por mais uma dose da mania de copiar tudo e transformar estádios latinos num cenário inglês, as traves do Maracanã agora são “padrão”.
Como se algum dia em todos os tempos desde a criação do futebol o brasileiro ou nosso futebol tivesse sido diferenciado por seguir um padrão e não por destoar dele.
Traves iguais para um estádio sem igual.
Ele ainda entra, mas agora ela bate no fundo e volta.
Rápida, inquieta, incontrolável, como lá.
O goleiro pega de volta só virando de costas, enquanto o atacante não pode mais vê-la no fundo do gol antes de sair pra comemorar.
Temos um estádio moderno. Um exemplo do que o mundo aprova. Mesmo mundo que até outro dia nos copiava.
Ou mundo moderno, que tem hoje no seu principal time uma filosofia inspirada no futebol que nós jogamos um dia, mas que paramos de jogar por complexo de inferioridade.
Acostume-se. E talvez prepare o cachecol, pois é o que falta para nos mandarem sentar e assistir a um jogo aplaudindo lateral.
No mais sagrado templo do futebol mundial, ela volta. Como em todos os outros.
Fonte: Blog do Rica Perrone
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