Vice de Marketing do Flamengo comenta sobre Kaká e Robinho como possíveis reforços.

Enquanto os torcedores se mostram aflitos com os resultados ruins em campo e clamam por um time melhor, uma coisa está evidente no discurso da diretoria: o foco em 2013 está bem distante do campo. Nas entrelinhas, a verdade é que o Rubro-Negro trabalha por conquistas em termos estruturais antes de pensar em levantar troféus.


Reforços
– Você acha que há alguma condição de não chegar reforço? É claro que vai chegar. É óbvio que tem que chegar. Costumo dizer que ganhar ou perder é do esporte, mas a forma como você perde fala muito de você. Uma coisa é achar que João ou Pedro não têm condição de jogar mais do que estão jogando, outra é achar que está sendo feito um esforço boçal fora do campo, impondo ao torcedor um sacrifício monstruoso, e você ver jogador, que sabe que joga mais, não honrar a camisa do Flamengo. Isso me sangra na alma. Acho que o time atual do Flamengo não é tão ruim para ter os resultados que tem, ou as exibições que tem. Na vida, o que fazemos quando queremos muito e não conseguimos com a competência? Temos que colocar mais suor, mais sangue, mais dedicação, porque é o que escolhi fazer. Se você escolhe ser jogador de futebol e não sabe a dimensão do que é jogar no Flamengo, não pode jogar no Flamengo. Vão vir reforços. São os que o torcedor sonharia? Não sei. Às vezes, você traz um cara como o Willians, que ninguém sabia, e vira ídolo. Quando o Corinthians trouxe Ralf e Paulinho, diziam que era nome de dupla sertaneja. Hoje são os melhores volantes do futebol brasileiro. Então, o Flamengo tem que estar esperto para buscar oportunidades e reforços que caibam na carteira. E não vamos ser permissivos com quem não está interessado. Não importa o nome.
Kaká
– Há um engano nessa história. Eu jamais falei com o pai do Kaká. Tentei muito falar com eles, e um daqueles ícones da Chapa Azul tomou um café da manhã ou almoçou com o pai do Kaká em São Paulo. O retorno foi de que o Kaká não teria interesse agora, de que não aconteceria nada até a metade do ano, e que, se houver interesse em sair do Real Madrid, a prioridade seria ficar na Europa. Se sair, a primeira opção seriam os EUA. Acho que é uma maneira educada de dizer: “Olha, eu não tenho interesse em voltar para o Brasil em geral, nem para o Flamengo em particular”. Essa é a realidade. Seria um grande projeto de marketing se conseguíssemos costurar uma ação desse tipo. Eu, particularmente, era um entusiasta e coloquei uma razoável energia para que pudéssemos evoluir essa conversa. Outras oportunidades surgirão, mas se eu disser que, a curto prazo, antevejo alguma, estaria mentindo.
Robinho
– O que posso garantir é que entre a gente (diretoria) isso não é uma realidade hoje. Avaliamos os valores envolvidos na transação antes mesmo até de assumirmos e chegamos à conclusão de dizer: “Vem cá, não sabemos se temos dinheiros para pagar as contas, para manter o Love, e vamos trazer o Robinho?”. Não conseguimos pagar o salário do Love, íamos pagar o passe do Robinho? O que aconteceu de lá para cá? Fizemos um esforço hercúleo para botar as coisas em dia, salários, certidões. E vamos tomar uma decisão agora para desconstruir isso? Estamos em uma situação econômica e financeira muito melhor do que cem dias atrás, mas não estamos com essa bola toda para pensar em um projeto como esse, infelizmente. Se aparece um investidor para trazer o Robinho e colocar no Flamengo, por que não consideraríamos? Mas vejo muito difícil um grupo comprar um jogador com 30 anos para trazer para o Brasil. Geralmente, isso acontece com 24 ou 25 anos, para botar para jogar e revender. Essa é a estrutura convencional de um fundo de investimento, e não acho que seria o caso. Não faz muito sentido.
Importância de craques para o marketing
– É fundamental? Não é fundamental para ter um sucesso no projeto de marketing. Mas isso ajuda, e muito, a autoestima do torcedor, a venda de produtos… A pergunta que fica no ar é: qual é esse grande jogador que teria essa capacidade? Não bota três dedos na mão. Essa é a dificuldade. O cara que vai tirar o torcedor de casa, comprar camisa. Você vê o caso agora do PSG que contratou o Beckham. Eles estão levando um cara que abre para o mundo do futebol uma outra porta, para venda de produtos, atrai o público feminino. É uma ideia bacana. Mas no Brasil de hoje quem seria esse jogador?
Fonte: GE

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