Cosme Rímoli crítica monopólio da Globo no futebol brasileiro.

Os dois torneios são da Conmebol: Libertadores da América e Recopa. Na elaboração da tabela, as principais tevês do continente são consultadas e dão o seu aval ou não. A Fox é dona da transmissão a cabo. Na tevê aberta, a Globo tem o monopólio no Brasil há décadas. Teceu sua rede sobre o futebol desde os tempos da Ditadura Militar. E os laços são profundos.

A interferência da Globo na CBF é total. Na Conmebol é enorme. Os jogos dos times brasileiros não acontecem às 22 horas por acaso. É o horário que melhor serve à emissora carioca. Depois da novela das 21 horas se o trabalhador vai dormir de madrugada, o problema é dele, nem pensar em jogos às 20 horas como acontece em boa parte do mundo civilizado.

O acordo da Globo em relação à Libertadores e Recopa é o mesmo. A emissora tem o direito de mostrar os jogos apenas às quartas-feiras. Desde o ano passado ficou definido o confronto na Recopa. O Corinthians venceu a Libertadores, o São Paulo a Sul-Americana. As datas foram marcadas para o dia 3 e 17 de julho. Como houve a Copa das Confederações, a fase final da Libertadores foi adiada. Os dias da final amplamente divulgados: 17 e 24 de julho.

Por falta de cuidado ou de confiança nos times brasileiros, a Globo não se mexeu. Não se importou. E os torcedores sem tevê a cabo no Brasil estão amarrados. Não há opção.

Os da capital paulista acompanham Corinthians e São Paulo. Os de Belo Horizonte, Olimpia e Atlético Mineiro. No Rio de Janeiro, nem isso: Flamengo e Asa de Arapiraca. Em Porto Alegre, América Mineiro e Internacional. Os jogos são pela Copa do Brasil.

A mentalidade da emissora que domina o futebol no país impõe o regionalismo. A Recopa pode mesmo interessar muito mais ao público paulista. Mas desprezar a final da Libertadores é uma agressão ao torcedor. Se houvesse bom senso, ele poderia acompanhar as duas competições. Escolher outra data para a final da Recopa não seria impossível.

A Copa do Brasil mal começou. Flamengo e Internacional enfrentam adversários sem tanta relevância. Venceram tanto o Asa de Arapiraca como o América no primeiro jogo. Cariocas e gaúchos estão impossibilitados de ver a final da Libertadores.

O desprezo à inteligência do admirador do futebol é imenso. As outras praças importantes como Bahia e Recife verão a final da Libertadores. Mas a imposição no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul é absurda. Traz a marca da visão pequena, ultrapassada.

Para a CBF não haveria o menor problema desses jogos acontecerem em outras datas. Bastaria os executivos da Globo estalarem os dedos e permitir que cariocas e gaúchos assistissem a decisão da Libertadores.

Os paulistas também estão impossibilitados. A emissora não se mexeu e a final da Recopa acontece em data sem sentido. Não houve a preocupação que encavalasse com o jogo importantíssimo no Paraguai.

Por contrato, a Bandeirantes tem de transmitir a partida que a Globo quiser. E ela mostrará Flamengo e Asa de Arapiraca para todo o Brasil. Sim, até para São Paulo. A emissora paulista ficou acorrentada ao acordo que fez. Um jogo sem o menor interesse para a grande população paulistana. Parece até provocação. Situação constrangedora imposta pelo contrato draconiano com a Globo.

Esse são os reflexos do monopólio na tevê aberta. O IBGE mostrou que no ano passado o Brasil tinha mais de 193 milhões de pessoas. Há apenas 16,9 milhões de lares com tevê a cabo, paga no País. Esta desigualdade deixa tudo mais cruel. E muito maior o desrespeito, a falta de opção.

Mas continuará assim. Até como uma forma de pressão para o torcedor assinar a tevê a cabo onde encontrará o jogo que quiser. Pagando é lógico.

Não por acaso, a Globo possui os canais Sportv esperando pela adesão. Pelo dinheiro de quem gosta de futebol. Isso vale para os privilegiados que podem. O IBGE mostra que um terço da população do Brasil recebe salário mínimo. R$ 678,00 a cada 30 dias. Como pensar em ter televisão a cabo?

A prioridade é tentar sobreviver com dignidade. A opção é que resta é na tevê aberta ao jogo que estiver passando. Aquele que interessar à dona do monopólio…

Fonte: Cosme Rímoli


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