Além de todas as receitas, o acordo provisório entre Flamengo e o Consórcio Maracanã prevê que as despesas também serão divididas meio a meio entre as duas partes. Ainda não se tem ideia do custo da operação do estádio. Por isso mesmo que o clube espera utilizar esses seis meses para testar qual a lucratividade das partidas no palco da final da Copa-2014.
Apesar de não saber o custo da arena, a diretoria rubro-negra entende que o acordo é bem mais favorável do que o do Fluminense. Pelo que foi acertado no compromisso anterior, o clube das Laranjeiras tem direito à receita dos 43 mil ingressos mais baratos do estádio, sem participação no restante. Em compensação, não paga custos do estádio. Assinou por 35 anos.
Fechado na última sexta-feira, o acordo do Flamengo com o estádio foi constituído por meio de um protocolo de intenções, sem a assinatura de um contrato formal. Seus termos foram mantidos em sigilo por cláusulas de confidencialidade. Mas, ainda na sexta-feira, o blog de Renato Maurício Prado revelou que as receitas seriam divididas meio a meio entre as duas partes.
Uma reunião da diretoria do Flamengo nesta semana deixou claro que as despesas da operação das partidas também serão rachadas. É um procedimento normal visto que, em Brasília, o clube arcava com todos os custos, e depois ficar com 100% da renda líquida. No Maracanã, os preços dos ingressos serão decididos jogo a jogo em comum acordo entre as partes.
Os dirigentes rubro-negros entendem que obtiveram essas condições mais vantajosas do que as do Fluminense por causa do tamanho de sua torcida, que representa mais da metade do Rio de Janeiro. Argumentam que a torcida do Flamengo já chegou a representar 70% da ocupação do Maracanã em alguns anos, enquanto a fatia do rival girava em torno de 10% a 15%.
Na visão dos rubro-negros, a diretoria do Fluminense pode até avaliar que um acordo sem despesas pode ser melhor porque seus jogos têm média de público bem mais baixa. Mas, no caso do Flamengo, é mais vantajoso dividir tudo porque as receitas serão maiores. Por conta da confidencialidade, os rubro-negros evitam comentar as diferenças dos compromissos, enquanto cartolas tricolores já fizeram críticas abertas aos rivais.
Como não há contrato, o Conselho Deliberativo já indicou à diretoria que não há necessidade de votação sobre o protocolo de intenções. Estava prevista uma reunião com sócios para discutir os termos do acordo. O encontro foi adiado, e ainda não tem data.
Os conselheiros, por sua vez, só terão de dar aval se for assinado um acerto mais longo no final do ano. Descarta-se na cúpula do clube, no entanto, assinar um compromisso tão longo quanto o dos rivais. Prazos entre 5 e 15 anos são tratados como mais realistas pelos rubro-negros.
Fonte: Blog do Rodrigo Mattos