A farra no Atlético Mineiro não tem hora para acabar. Quem sabe agora, na zona do rebaixamento alguém acorde.
Cuca, Alexandre Kalil, Ronaldinho Gaúcho. É inadmissível uma postura tão amadora depois da conquista da Libertadores. Todos parecem paralisados, admirando o desejado troféu. Só que a vida continua. E ela é cruel para quem não a leva a sério. Foram três partidas. Contra Cruzeiro, Atlético Paranaense e Flamengo. O time teve a coragem de tomar nove gols e só marcar dois. Perdeu os nove pontos em jogo.
Farrear na praça Sete é sensacional, mas ter responsabilidade também. O time hoje foi massacrado pelo fraco Flamengo. 3 a 0 para o time de Mano Menezes foi até pouco. Mesmo Ronaldinho, Bernard e Jô, a equipe foi uma caricatura.
A equipe assistiu passiva os cariocas abrirem 2 a 0 em 12 minutos de jogo. Um absurdo a falta de gana mineira. Atuando em Brasília, nova casa flamenguista, a equipe atuou aberta, escancarada. E parecia hibernar.
Cuca prometia que esse seria o jogo onde todos acordariam. Falou por falar. Poucas vezes esse fraco time de Mano Menezes teve tanto espaço para jogar. Parecia um coletivo contra irmãos mais velhos. Por sorte, o jogador mais consciente flamenguista se machucou aos sete minutos.
Marcelo Moreno, que havia dado passe para Nixon marcar, sentiu um estiramento na coxa direita. O boliviano chorou de dor e medo, imaginando que ficará bom tempo sem atuar. As contusões são suas companheiras desde o Grêmio.
Elias, livre, bateu fora da área e fez 2 a 0. Tudo aos 12 minutos. Os gols implodiram o que poderia haver de estratégia atleticana. A equipe de Mano Menezes festejava adversário tão fraco. Tão sem reação. Ideal para readquirir a confiança.
Com a vantagem no placar, o time tratou de marcar forte. E explorar os contragolpes, como tanto gosta Mano. Os atleticanos pareciam saídos de um baile de Carnaval. Antes do jogo participado de uma feijoada. Time lento, sem objetividade. Luan errava tudo o que se propunha. Passe de um metro, domínio de bola, chute a gol. Bernard fechando com o Shakthar é obrigação buscar outro meia. Isso se o time quiser viajar para valer ao Marrocos. Se quiser imitar o Santos em Barcelona está no caminho certo.
Ronaldinho Gaúcho precisa decidir se continuará no Atlético Mineiro. Ele deveria estar no jogo hoje. Mas misteriosa gripe o atacou. Justo quando seu irmão e empresário Assis está na Turquia. Negocia com o Besiktas. Kalil quer ele só vá no próximo ano. A direção turca o deseja agora e acena com R$ 24 milhões.
Enquanto tudo está indefinido, o time dá vexame. O Flamengo não tinha nada a ver com as confusões do rival. Desfrutou a fragilidade adversária. Nixon acertou o travessão do desesperado Victor. No ataque seguinte, Paulinho invadiu livre. Parecia impedido. Driblou o goleiro atleticano e fez 3 a 0 Flamengo.
Derrota atleticana merecida. A terceira seguida. A ressaca da festa pela Libertadores não passa. O time está na zona do rebaixamento com todas as honras. Ninguém imaginaria que o time faria tudo para vencer o Brasileiro. Não porque o calendário nacional é estúpido. As equipes campeãs da Libertadores são obrigadas a abandonar a competição. Largar o último quinto do torneio para preparar seu time ao Mundial.
Só que o Atlético Mineiro está inovando. Largou o Brasileiro agora. Está na zona do rebaixamento com todos os méritos. Tem apenas dez pontos em dez jogos. Perdeu seis partidas, empatou uma e venceu três. Tem 33% de aproveitamento, porcentagem de time rebaixado. Por tudo isso foi ridicularizada no Mané Garrincha.
Ouviu da torcida flamenguista olé. E gritos de “Segunda Divisão.” Um absurdo, já que o time de Mano Menezes é fraquíssimo. Alguém precisa acordar na Cidade do Galo. O time tem de voltar a jogar a sério o Campeonato Nacional. Se não corre o risco de fazer história de novo. Ser o primeiro time brasileiro a vencer a Libertadores e no mesmo ano ser rebaixado no Brasileiro.
Não exagero algum. Pelo que o time mostrou em Brasília. Os jogadores e a diretoria ainda estão farreando…
Fonte: Blog do Cosme Rímoli