Na última quarta-feira ficou nítido que o Flamengo “pregou” no segundo tempo. Depois de um primeiro tempo muito intenso e de amplo domínio, o time não voltou no mesmo ritmo para a segunda etapa.
Léo Moura, que jogou muito no primeiro tempo, não foi o mesmo nos últimos 45 minutos; André Santos, que até dividiu bola no início, voltou a ser o chupa-sangue de sempre depois; Carlos Eduardo mostrou boa desenvoltura na primeira parte, mas sumiu no segundo tempo. Esses dois últimos, inclusive, foram substituídos com dores musculares. As exceções ficaram por conta de Luiz Antônio e Amaral, que correram muito o tempo todo.
Que o calendário é insano, todos sabem. Porém, o Flamengo precisará ser inteligente na dosagem de energia durante os jogos, sob pena de oscilar muito dentro de uma mesma partida, como já vem acontecendo. Nos confrontos contra Atlético-PR e Botafogo, foi evidente o abismo de condição física entre o primeiro e o segundo tempo.
Jayme de Almeida esboça um acerto de posicionamento do meio campo. O time já jogou mais compactado contra o Botafogo, levando menos bolas nas costas e diminuindo os espaços entre os setores. No entanto, é apenas o começo de seu trabalho e ele não terá muitos treinamentos para fazer um ajuste à sua maneira, devido ao curto espaço de tempo entre um jogo e outro.
Sendo assim, os jogadores terão que, além de suar muito em campo, usar a cabeça para saber a hora certa de explodir e o momento certo de se poupar no decorrer das partidas. Não adianta impor uma correria desenfreada, porque, em um determinado momento, a conta vai ser paga. E já temos visto isso.
Nesta reta final de ano, os jogos tendem a se nivelar por baixo, pois quase todos os jogadores, de todas as equipes, apresentam níveis altos de desgaste físico. Dessa forma, quem for mais inteligente e souber dosar energia, conseguirá sobressair e terá maiores chances de vencer os jogos, já que o preparo físico é um elemento essencial no futebol moderno.
SRN
Gabriel Lima