Arthur Muhlenberg destaca soberania do Flamengo em clássicos.

Quando perguntam para um torcedor dos camisas-feias qual é o seu maior rival a resposta é uma só: Flamengo. Se for um tricolor a resposta será igual a do vascaíno e se o pesquisador tiver a sorte de encontrar algum botafoguense vai ouvir a mesma coisa. O que apenas comprova o fato de que o Flamengo, além de ser o maior e o mais famoso, é o Bicho Papão Geral do Rio. Além de temido, imitado e invejado, o Mengão é o protagonista dos pesadelos de toda a arco-íris.

Hoje nossa hegemonia é tão gritante que há quem diga que no Rio o único rival do Flamengo é o próprio Flamengo, mas eu discordo dessa tese. Primeiro porque a configuração da ordem de grandezas cariocas nem sempre mostrou esse domínio completo e absoluto do Flamengo dos tempos atuais. Por isso entendo nossas diferenças com os coirmãos como rivalidades legítimas cujas raízes são muito mais profundas que a mera disputa esportiva.

Todo mundo sabe que a rivalidade que o Flamengo cultiva com o Fluminense é muito anterior à fundação dos dois clubes. Ela reflete um aspecto da luta pelo poder nas elites brasileiras, na qual o Flamengo representou as classes dirigentes nacionais contra o poderio econômico dos Guinle e da inglesada.

Com o Vasco a rivalidade cresceu se apoiando em duas colunas: a velha luta de classes, com o bacalhau representando o poder emergente do dinheiro novo, e um na época ainda justificado ultranacionalismo tupiniquim que encontrou no clube da colônia portuguesa o inimigo natural.

Como se percebe, as rivalidades entre o Flamengo e Flor e Flamengo e Vice se inseriam nas grandes questões nacionais. Representavam esportivamente posicionamentos políticos e ideológicos antagônicos. Já a rivalidade do Flamengo com o Botafogo tem suas origens em uma disputa mais ao nível do chão. Não tem política no meio, parece mais uma arruaça entre turmas de bairros vizinhos. O Flamengo se tornou rival dos sem-ônibus exclusivamente por causa da mulherada.

Naquela época do jovem Brasil República não era fácil pegar mulher. Muito menos no seio da aparentemente ultraconservadora classe média carioca. Foi quando então começou a vigorar a lei não escrita promulgada pelas proto-maria-gasolina que moravam no Catete, Laranjeiras, Flamengo, Botafogo e arredores: só davam pra quem tinha barco.

Alguns rapazes abastados, moradores de Botafogo, arrumaram um barco e começaram a dar suas remadas, só de onda, pela praia. Em pouco tempo começaram a passar o rodo naquela jurisdição. O que provocou ira, indignação e a imediata criação do Flamengo por nossa esplêndida rapaziada.

O Flamengo cresceu, seus torcedores pegaram mais mulheres do que os torcedores rivais e geraram a maior torcida do Brasil. E assim caminhou a humanidade. Como podemos constatar, não pode haver rivalidade mais justificada do que essa que cultivamos com o Botafogo. Malgrado sua atual irrelevância esportiva, nossos motivos para suplanta-los são dos mais nobres. De certa forma devemos a eles a nossa própria existência.

A consciência das origens históricas da nossa centenária rivalidade apenas deixa mais saborosa cada vitória sobre nosso rival ancestral. Resultado que já está mais do que na hora de acontecer no clássico. Tá legal que os caras não nos vencem no Brasileiro há 300 anos, mas eu preciso forçar a memória para lembrar da nossa última vitória sobre eles. Quando fecho os olhos só me lembro de duzentos mil empates.

Tá na hora do Mengão acabar com essa palhaçada e liberar a estrada pra passagem do Foguinho rumo ao Jockey Club de Asunción. Eles já tão dando muita mancada, estão doidinhos pra jogar a toalha e será muito legal pra ordem geral das coisas se o Flamengo cortar de uma vez por todas com os delírios psicotrópicos de quem imprudentemente vem colocando o Foguinho na disputa da Libertadores 2014. Parem de iludir os pobres, Libertadores é pra quem tem tradição.

Futebol é momento e, com todo respeito a quem pensa diferente, o momento é do Flamengo. Em franco crescimento, com a moral cada vez mais reforçada e plena consciência de até onde pode chegar, o Flamengo neutralizou qualquer favoritismo que o adversário pudesse ter. Agora tá tudo na nossa mão. Torcida, Manto, Maraca. De que mais o Flamengo precisa pra vencer?

Fonte: Urublog

Coluna do Flamengo

Notícias recentes

Brasil se classifica em 2º, enfrenta o Uruguai nas quartas da Copa América e pode ajudar o Flamengo

Brasil e Uruguai se enfrentam no sábado (06), às 22h (horário de Brasília) Mais do…

02/07/2024

“99% de chance de Gabigol jogar no Palmeiras”, diz jornalista

De acordo com a jornalista Marcela Rafael, da ESPN, Gabigol está perto de assinar com…

02/07/2024

Dirigentes do Flamengo viajam à Europa para contratações de lateral e ponta

Marcos Braz e Bruno Spindel irão para o Velho Continente na missão de trazer jogadores…

02/07/2024

Tite define time titular do Flamengo para jogo contra o Atlético-MG em treino desta terça

Flamengo enfrenta o Atlético-MG na quarta-feira (03) O Flamengo volta a campo na quarta-feira (03),…

02/07/2024

Lembra dele? Ex-Flamengo, Felipe vai jogar a Champions League aos 40 anos

Campeão da Copa do Brasil 2013, goleiro Felipe disputará a principal competição da Europa O…

02/07/2024

Lorran perde vaga de titular para próximo jogo do Flamengo

Erick Pulgar ganha vaga no meio de campo e, portanto, Lorran voltou para o banco…

02/07/2024