Cosme Rimoli viaja ao criticar diretoria do Flamengo por ingressos.

Dirigentes de grandes clubes do Brasil estão incomodados e ansiosos. Principalmente os do Corinthians, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio… Atlético Paranaense, Inter, Botafogo, Goiás e Palmeiras.

Estão acompanhando com total interesse a ação do Procon no Rio. A instituição que defende os consumidores finalmente acordou, despertou de um sono paquidérmico e percebeu os abusos praticados contra os torcedores. Não dava mais para se fingir de morto, não era para menos.

Torcedores e até membros da oposição do Flamengo acionaram o órgão público para reclamar do absurdo aumento de preços para a final da Copa do Brasil. Foi como se a diretoria carioca quisesse zerar sua dívida de R$ 750 milhões em apenas uma partida. Teve coragem de fixar os ingressos de R$ 250,00 até R$ 800,00. Quem quiser ver a final contra o Atlético Paranaense terá de pagar essas quantias.

O salário mínimo do trabalhador brasileiro é de R$ 678,00. O presidente Eduardo Bandeira de Mello resolveu equiparar a Copa do Brasil e escolheu o melhor torneio do mundo, a Champions League. Bayern de Munique e Borussia tiveram preços similares. A decisão em Wembley custou entre R$ 180,00 e R$ 975,00. Ou seja, os ingressos mais populares foram mais baratos na Inglaterra.

O salto foi gigantesco da semifinal para a decisão no Maracanã. Contra o Goiás, os ingressos ficaram entre R$ 100,00 e R$ 280,00, menos da metade do que o Flamengo cobrará no dia 27. Uma insanidade.

O único critério é se aproveitar do amor do torcedor, coisa que o Corinthians fez muito bem. Foi com Andrés Sanchez que a exploração começou. Com o time disputando a Libertadores da América. As bilheterias do Pacaembu tinham ingressos de R$ 500,00 e o Procon de São Paulo acompanhou tudo calado.

Logo, os times que disputavam a Libertadores se animaram. Como Atlético Mineiro, Grêmio, São Paulo e os preços foram às alturas. R$ 300,00, R$ 400,00, R$ 500,00… E o Procon dormindo sono que parecia eterno.

Dirigentes só baixam a preços insignificantes de acordo com o desespero do time. Medo do rebaixamento faz entrada custar R$ 2,00, R$ 1,00.

Não há uma política que regulamente os preços dos ingressos. E novamente os dirigentes são culpados. Não querem de jeito algum. Usam a desculpa de incentivar os sócios torcedores.

A CBF de Marin cruza os braços. Deixa correr solto, cada um faz o que quiser. É tudo o que dirigentes oportunistas querem e abusam com prazer nos jogos mais importantes.

A direção do Flamengo tenta se defender, e diz que a grande maioria dos ingressos é vendida para estudantes, e eles pagam meia. Calcula que 80% deles e pouco mais de 10% pagam o preço cheio. Mas não há comprovação, ninguém exige. Tudo é muito abstrato, jogado ao vento. O Procon tem a obrigação de acompanhar o que acontece no Brasil, ainda mais com as novas arenas em 2014.

Clubes enrolados com empreiteiras não têm dúvida. Vão querer esfolar seus torcedores, sangrar o bolso de quem ama os clubes para começar a pagar suas dívidas.

O Procon do Rio de Janeiro tem uma chance de ouro de fazer história. Vai ouvir a direção do Flamengo. Quer explicações pelo ensandecido aumento para a final da Copa do Brasil.

Na prática, nesta final, não poderá fazer nada porque os ingressos já começaram a ser vendidos. Mas pode, com o que ouvir, começar a cumprir sua função e buscar parâmetros racionais para regulamentar os preços do futebol no País.

As novas arenas ou as decisões de competições não podem ser escudos de incompetentes. Sangrar o torcedor é muito fácil. Os clubes precisam se estruturar, deixar a incompetência, a acomodação de lado. De que adianta cobrar caríssimo nas finais e preços irrisórios nas primeiras fases?

O futebol brasileiro não tem rumo, é desequilibrado, comandado por amadores, aproveitadores. Nenhum clube faz uma pesquisa séria, ninguém busca ouvir o torcedor e analisar quanto custa oferecer conforto, segurança, alimentação sadia. Transporte público para chegar e sair dos estádios, higiene… Todos só querem saber da importância do jogo. Se é final, primeira rodada ou se vale escapar do rebaixamento. Tudo é raso e pobre demais no futebol brasileiro.

Mas que ninguém se iluda, há interesse que continue assim. Muita gente se aproveita de tanto amadorismo, desse descontrole, dessas mudanças constantes de preços nos estádios. Tiram a última gota de sangue do torcedor para esconder sua incompetência.

Que o Procon saia da letargia de vez e perca a ingenuidade. Ele está lidando com muitos amadores profissionais espalhados por todo o País. Especializados na cruel arte de explorar o amor do torcedor por seu clube…

Fonte: Blog do Cosme RImoli

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