Ele chegou em maio de 2012, vindo do interior de São Paulo, querendo conquistar espaço, e para muitos seria mais um reserva de [pouco] luxo para Vágner Love e Deivid. História mais do que batida, cujo final era previsível. Centroavante no Flamengo não tem vida fácil e aturar a pressão é para poucos. Edmar, Chiquinho, Kita, Negreiros, Dill, Dimba, Josiel, Edmundo e o próprio Love são exemplos de artilheiros de times medianos que fracassaram em suas missões no Mais Querido.
Depois de um começo difícil, e de uma quase negociação para o Avaí-SC, em setembro de 2012 Hernane bateu o pé e afirmou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, digo ao povo que fico!”, marcando esta frase na história do país.
Os gols feitos na base da disposição, reflexo e boa colocação, foram conquistando a torcida, que não liga mais para seu jeito atrapalhado de correr, nem para a pouca intimidade com a pelota fora do retângulo chamado de grande área. Contra fatos não há argumentos. Artilheiro da temporada, demoliu e furou as defesas adversárias e fez da nossa casa o palco para desfilar seu repertório de gols, todos de uma beleza inenarrável.
Afinal, como diria Dadá: “Feio é não fazer gol!”.
E assim como Nunes (ex-Flu) e Gaúcho (ex-Palmeiras), também oriundos de times pequenos (ou apequenados), o Brocador entra para a galeria dos camisas 9 imortalizados na Gávea.
Eu broco, Tu brocas, Ele broca, Nós brocamos, Vós brocais, Eles brocam!
Uh, Terror!!! O Hernane é Brocador!!!
Magia e Broca Neles!!!
Texto: @almcarrera
Arte: André Costa
Fonte: Magia Rubro-Negra