Foi-se o tempo bom das pratas da casa, quando o termo referia-se ao que tínhamos de valor inestimável e não às moedas de troca que servem para fazer caixa nos cofres. É triste pensar que a maioria desses jovens que enfrentaram peneiras desgastantes entre os mirins e o juniores sejam tão facilmente influenciados pela ganância e egocentrismo de empresários espúrios ou mal preparados. Hoje o amor pelo clube é algo potencialmente artificial, usado em coletivas de imprensa quando o jogador chega de transferência. Não há mais aquela expectativa de ver um garoto permanecer num clube simplesmente porque o ama e torce por ele desde o berço.
O mercado da bola mudou a maneira de se pensar o futebol. Os talentos que hoje se destacam em categorias de base sonham com grandes salários e viajar o quanto antes à Europa para estar ao lado dos ídolos que costumavam escalar em seus joguinhos de Play Station. Raros e também importantes são aqueles momentos em que vemos um rapaz emocionado por estrear entre os profissionais de um clube onde treinou por oito anos ou mais. Que mostram uma vontade sobre-humana em cada jogo, ansiosos para ter seus nomes gritados a plenos pulmões nas arquibancadas e cientes de que não podem desrespeitar o símbolo que as cores daquele manto representam.
O que acontece hoje é uma amostra da decadência do futebol brasileiro que deixou de preparar esses jovens pra vida que eles tanto sonhavam ter. São futuras promessas que não têm o psicológico necessário pra enfrentar grandes pressões e são jogados na fogueira ou que se iludem muito facilmente com um salário exorbitante que lhes é concedido sem a menor logística. Não é à toa que cansamos de ver “Dentinhos”, “Nilmares” e “Jeans Cheras” à rodo por aí: Jogadores que após um curto período de badalação ganham status de “craques da seleção” e somem da mídia no momento seguinte após terem sido vendidos por milhões de Euros.
Nossa base precisa de apoio. É inadmissível que no futuro, ainda sob a administração dos “carecas”, aconteçam mais casos como os que vêm acontecendo hoje como o do Luiz Antônio que prejudicam transações e contratações que em outra situação estariam em primeiro plano. Ainda mais em um clube que é conhecido por revelar grandes craques.
A torcida precisa ser paciente. Há muito tempo que não é revelado um plantel tão grande de promessas na Gávea e para sonhar que este grupo alcance grandes feitos, dignos de serem meramente comparados à geração de ouro, não nos deixemos cair no engano de esquecer do quanto são jovens, do peso que carregam por serem base do Flamengo e do quanto ainda devem aprender sobre a vida.
A torcida precisa ser paciente. Há muito tempo que não é revelado um plantel tão grande de promessas na Gávea e para sonhar que este grupo alcance grandes feitos, dignos de serem meramente comparados à geração de ouro, não nos deixemos cair no engano de esquecer do quanto são jovens, do peso que carregam por serem base do Flamengo e do quanto ainda devem aprender sobre a vida.
Por: Reinaldo Rodrigues