Não recordo de outra pré-temporada tão desprovida de empolgação. Sempre havia aquela expectativa para saber quais jogadores sairiam e, especialmente, os que iriam chegar aos clubes. A imprensa também festejava, porque quase diariamente havia manchetes a despertar a atenção do público. A constatação feita na última coluna do ano (dia 18) agora se confirma: 2014 será ano de orçamento curto para os clubes – portanto, sem grandes transações.
Santos, uma exceção
Negócio da China, este concluído pelo Inter: vendeu o desprestigiado Damião por uma cifra espetacular para os padrões brasileiros. De onde saíram esses impensáveis R$ 41 milhões? Como o Santos terminou o ano lutando para honrar salários, buscou o grupo Doyen Sports, disposto a investir no futebol, que permite emergir o nome de Renato Duprat, também intermediário nos malfadados negócios entre MSI e Corinthians. O interesse do Santos em Vargas e em outras dispendiosas contratações – sem ter dinheiro no caixa – sugere a hipótese de o clube virar barriga de aluguel.
Rapa do tacho
Com tudo o que se vai investir na Copa do Mundo, pouco irá sobrar aos clubes brasileiros. Em investimentos, patrocínios e no calendário – em poucas semanas, as seleções tomarão conta dos noticiários. Até agora, quem mais se movimenta são Cruzeiro e Atlético-MG, dispostos a ganhar a Libertadores. Grêmio, Botafogo e Flamengo lutam para contratar titulares indiscutíveis, mas a batalha é penosa: 2013 consumiu tudo o que havia e mais o que poderia haver neste ano nos cofres dos clubes. Talvez na janela de agosto haja alguma movimentação significativa. Agora, não creio.
Casa própria
Parece desculpa de dirigente, mas jogar em estádios alheios, como fez o Inter em 2013, tem um custo pesado, principalmente dentro de campo. Daí que achei positiva, oportuna e motivadora a apresentação do grupo, às 16h de hoje, no novo gramado do Beira-Rio, com Abelão a bordo.
Band muda escalação
Renata Fan, que está em férias, poderá assumir um programa matinal de entretenimento. O Jogo Aberto, que desde segunda-feira está no ar sob o comando de Felipe Andreoli (do CQC), ficaria com ele mesmo, embora outros nomes da casa sejam avaliados. A propósito: consta que todas as estrelas da Band aceitaram uma redução salarial, que teria atingido igualmente diretores e vice-presidentes da emissora.
Protestar por quê?
Esta coluna apostou que Renato não ficaria no Grêmio e iria aportar em um clube do Rio, onde ele prefere viver. Ambos acertamos: no Fluminense, ele vai ganhar bem mais do que o Grêmio lhe poderia pagar. Aliás, é incriticável a postura do presidente Fabio Koff: ele desagrada à torcida ao fazer um time teoricamente incapaz de ganhar grandes títulos, mas a outra opção era quebrar o clube.
Fonte: Jornal do Comércio