Sempre que um ano se inicia, temos a tendência de imaginarmos e termos a esperança de que será melhor que o ano que se encerrou. Mas para que esta esperança se concretize precisamos analisar os acertos e erros acontecidos no passado, para que os acertos sejam melhorados e os erros corrigidos. Muitas vezes temos sucesso; já em outras nem tanto. E desta forma renovamos nossas esperanças a cada novo ciclo. O ano de 2013 foi de reconstrução para o Flamengo. Um período de adaptação, pagamentos de dívida e reestruturação. Mesmo assim conseguimos montar um time competitivo, que acabou sendo tri-campeão da Copa do Brasil, o que nos credenciou a disputar a Libertadores em 2014. Agora precisamos subir um degrau a mais, melhorarmos a base da equipe montada, de modo que permita aos torcedores sonharem com conquistas mais significativas. Vencer a Libertadores sempre é muito difícil. Não foram poucos os grandes times que ficaram pelo caminho, porém também não são poucos os times mais modestos que conquistaram a competição mais importante das Américas na raça, com muito suor e com uma pitada de sorte (indispensável a qualquer campeão). E estas características o time atual do Flamengo mostrou na Copa do Brasil, com a torcida empurrando e acreditando sempre, independente da qualidade técnica de alguns jogadores. A diretoria tem trabalhado em silêncio neste período de férias, sem inflamar o mercado, com o intuito de não supervalorizar os jogadores desejados. Até o momento tivemos a boa contratação do Everton (jogador extremamente importante no Brasileirão 2009 e que fez muita falta na Libertadores em 2010) e, possivelmente, do lateral Léo, que virá para ser o reserva imediato do xará e capitão Leo Moura, podendo ser até seu substituto num futuro próximo. Ainda têm-se a esperança da contratação definitiva do volante Elias, que é a principal contratação do clube (caso se confirme), um jogador fundamental para o esquema tático aperfeiçoado pelo Jayme. Não acho Luiz Antônio uma peça fundamental, poderia ser usado como moeda de troca por um jogador da Europa, já que o desejo dele é ir embora. Temos outros volantes no mercado, e até mesmo no elenco atual, que podem fazer a função do Luiz Antônio (um jogador mediano, que tem um bom passe, bom chute, mas não é bom marcador). Perdê-lo não é o pior dos mundos, já Elias poderá fazer uma falta enorme.
Por fim, ainda precisamos de um ou dois atacantes e um grande meia armador. Se trouxermos mais um volante e um zagueiro, para compor elenco, melhor ainda. Como a equipe ainda está em formação, temos que trazer o maior número de bons jogadores possível, para que as peças sejam encaixadas e passem a funcionar bem. Fora de campo precisamos continuar com o pagamento das dívidas, e com salários em dia, de modo que o Flamengo volte a ter credibilidade no mercado. O Flamengo sempre foi a maior vitrine do futebol brasileiro, uma das maiores do futebol mundial. Vários jogadores do passado e do presente preferiram jogar no clube, mesmo sabendo que não receberiam os salários em dia, porque sabiam que suas carreiras seriam facilmente alavancadas. Se além da grande vitrine, o Flamengo se tornar um dos melhores pagadores do futebol brasileiro, com credibilidade inabalável, aí seremos um clube imbatível no que diz respeito às contratações. Nenhum grande jogador deixará de escolher o Flamengo, qualquer que seja a necessidade e o objetivo dele, e esta meta tem ficado mais próxima a cada dia. Hoje o clube não é mais tratado como caloteiro pelo mercado, e sim como um clube que está se reestruturando, com caixa apertado, mas que honra seus compromissos. Quando estivermos com dinheiro em caixa e com capacidade de apostar alto em grandes jogadores, aí sim voltaremos ao nível que nunca deveríamos ter saído. E tenho a esperança que 2014 será o ano em que entraremos neste novo patamar. É o momento do Novo Flamengo. SRN.
Daniel Mercer.