Já escrevi sobre o preço dos ingressos várias vezes. Passamos o ano passado todo numa discussão se os preços praticados pelo Flamengo eram justos ou não, e este ano não será diferente. Fico pensando como é feita a precificação para os jogos do Flamengo.
Em entrevista concedida a mim e publicada no Blog Ser Flamengo, o Presidente Eduardo Bandeira de Mello falou que cada torcedor custa R$ 10,00 no Maracanã. Claro que fica óbvio ser impossível cobrar menos que isso, mas R$ 60 em jogos com times de pequeno porte como Audax-RJ é um exagero por vários aspectos. Antes de enumerá-los, gostaria de ressaltar que começo a duvidar se o contrato assinado com o Consórcio Maracanã foi realmente bom para o Flamengo. Se a parceira cobra “taxas pesadíssimas” como me disse o Presidente, e se para obter lucro, você tem que salgar o preço do ingresso desagradando o seu principal cliente (o torcedor), me leva a pensar que o contrato não foi tão bom assim.
Agora vamos aos pontos que tornam os preços cobrados pelo Flamengo no Campeonato Carioca para o ingresso, caros. Primeiro coloco a importância da partida, segundo o adversário, em terceiro, os jogadores que o Flamengo coloca em campo, em quarto, enumero a importância do Campeonato em âmbito esportivo para o Clube, para a torcida bem como o retorno financeiro que ele trará, e por último, a condição econômica do país.
A importância da partida deve contar muito na hora de precificá-la. Uma partida contra um time pequeno não pode ter o mesmo preço cobrado em um clássico. Concordo. Mas hoje estamos pagando o preço de um clássico para ver time pequeno contra o Flamengo. Qual o atrativo de Flamengo x Audax, Flamengo x Friburguense, Flamengo x Nova Iguaçu na primeira fase do Campeonato Carioca?
Até mesmo em clássicos o preço vem sendo um exagero. Contra o Fluminense no último sábado às 19:30min com mando nosso, o público presente foi um fiasco. Mesmo tendo um adversário tradicional, o Campeonato Carioca não é nenhuma menina dos olhos do torcedor. A competição é, de longe, a menos importante para os grandes Clubes. Sofre com desgaste ano após ano e com a queda de público. O horário também é ingrato.
É sabido que o foco é a Libertadores da América. Logo, haverá muitos jogos em que jogaremos com times mistos ou reservas. Tenho certeza que qualquer um paga mais para ver o Hernane que qualquer outro reserva.
Hoje, não deve ter muita relevância um troféu do Campeonato Carioca a mais ou a menos em nossa galeria. E já que dizem que nossa atual diretoria só visa dinheiro, tenho certeza que o retorno financeiro também não é grande.
Disse ao presidente na entrevista citada, que acho justo o Flamengo cobrar quanto quiser por seus jogos e que o que não se encaixa na questão são os argumentos usados para justificar o valor do ticket médio. Justificam que se cobra caro porque o Consórcio Maracanã cobra caro, mas será que o custo do Raulino de Oliveira e de Moça Bonita é o mesmo? Por que cobram o mesmo valor nesses estádios de difícil acesso, péssimos serviços e até gramados impraticáveis para se jogar futebol? Qual a justificativa para isso?
Não adianta dizer que a culpa é da FERJ, pois também é sabido que a Federação sugere: a) R$ 10,00 para jogos sem a participação dos grandes Clubes do Estado, b) R$ 20,00 para jogos com a participação de pelo menos um dos quatro grandes Clubes do Estado, c) R$ 40,00 para os clássicos envolvendo dois dos quatro grandes Clubes do Estado e d) R$ 80,00 para os jogos das semifinais e finais do Campeonato.
O que se pede à diretoria é bom senso nessa questão. Acertam em muitos aspectos, mas pecam demais na hora de precificar os valores dos jogos do Flamengo e de se justificarem.
Ps1.: Não adianta mais me insultarem com argumentos como: “Vai ser sócio torcedor”, “não acredito que o blogueiro não é sócio torcedor”, pois agora além de ser sócio do Clube, pagar PFC, sou também sócio torcedor, então mudem o disco nos argumentos.
Ps2.: Como bem dizem por aí, vai quem quer aos jogos. Sim, concordo e vou assistindo na Globo o Carioca que está saindo mais em conta mesmo.
Fonte: Falando de Flamengo
