A notícia foi dada em primeira mão por Juca Kfouri, em seu blog, no UOL. Hernane, o Brocador, estaria sendo vendido para o futebol chinês (mais precisamente para o Shanga Shenua, que acaba de comprar o zagueiro Paulo André), por seis milhões de euros (aproximadamente (aproximadamente R$ 19 milhões).
Detalhe: a multa rescisória do contrato do artilheiro está estipulada em oito milhões de euros, o equivalente a R$ 26 milhões – mais que do que os chineses estão oferecendo. O Fla é dono de 50% dos direitos federativos do jogador.
Hernane é um craque? Não. Em condições normais a oferta dos chineses seria considerada boa? Sim. Mas as condições atuais nem de longe são normais. O Flamengo está em plena disputa da Libertadores, perdeu o primeiro jogo fora, e enfrenta o Emelec, amanhã, no Maracanã, com a obrigação de vencer – qualquer outro resultado começa a colocar em sério risco a sua classificação à próxima fase.
Diante de tudo isso, ainda é um bom negócio vender o Brocador, agora (ele já nem jogaria, amanhã)? Na minha opinião, decididamente, não.
É verdade que Alecsandro vem fazendo muitos gols e, ao menos em princípio, parece ter condições de substitui-lo. Mas uma coisa é jogar e balançar as redes nesse nosso Estadual furreca. Outra, bem diferente, brilhar na Libertadores – e é isso que o centroavante rubro-negro, seja ele quem for, terá que fazer se o clube quiser, de fato, disputar o título.
Endividado, como praticamente todos os clubes do Brasil, muito provavelmente, o Fla verá boa parte do dinheiro da venda de Hernane escoar pelo imenso ralo de suas muitas pendências financeiras.
E a menos que Alecsandro desande a fazer gols importantes, a torcida não vai perdoar a diretoria pela venda do maior artilheiro do Maracanã, em plena Libertadores.
Até porque, é importantíssimo ressaltar, como o valor é inferior à multa rescisória, o rubro-negro só o está vendendo porque quer.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado