Flamengo e Vasco. Um clássico bom, de maior rivalidade do Rio de Janeiro, quem sabe de todo o Sudeste, merecia um desfecho melhor do que aconteceu no último domingo. O resultado final de 2 a 1 a favor do Flamengo não condiz com o que aconteceu no campo. Mas, futebol é isso, um time pode dominar a partida por 70 minutos e acabar perdendo como ocorreu com o Vasco.
Agora, o que não se pode aceitar é que a derrota veio, em grande parte veio com um erro absurdo, inaceitável de um árbitro, ou melhor, de assistentes que só estão ali para enxergar aquilo. O auxiliar Rodrigo Saraiva Castanheira deixou de marcar um gol na cobrança de falta de Douglas, que já em um primeiro momento na televisão todo mundo viu que entrou. E ele impassivo, nada marcou. O pobre árbitro, Eduardo Cordeiro Guimarães, em posição desfavorável ao lance, nada pode fazer a não ser ir na “convicção” de seu auxiliar. E com isso a lambança estava feita. Tanto que nessa altura o juiz tava tão perdido, que no lance seguinte ao gol, o atacante Ernani chutou uma bola e o goleiro Martin Silva defendeu. Todos os jogadores do Vasco se dirigiram imediatamente em direção ao árbitro para reclamar e o goleiro saiu da área com a bola nas mãos com o jogo em andamento. O que seria uma falta a favor do Flamengo.
Porém, a indignação maior ainda estava por vir, no gol de empate do Flamengo marcado por Elano, que cobrou uma falta perfeita. O goleiro Martin Silva defendeu a bola, que já havia ultrapassado a linha e o auxiliar, de forma acertada validou o gol. Revolta cruzmaltina no campo, na arquibancada e em todo o Brasil. Ainda mais porque a falta que originou o lance do gol não aconteceu, foi cavada pelo Ernani, que, aliás, esse ano resolveu se jogar mais do que qualquer jogador na atualidade.
A pergunta é: – O que o árbitro fazia atrás do gol se no único lance no qual ele pode interferir diretamente ele não o faz?
Depois disso, a única coisa que resta para que erros como esse, e como outros não aconteçam é a introdução da tecnologia no futebol. Não dá mais que o esporte mais popular do mundo fique tão a mercê de erros primários, que poderiam ser resolvidos com uma simples conferida pela arbitragem. Olha o contrassenso, a TV que detém os direitos de transmissão dos campeonatos do Brasil, possui o recurso e que seria de extrema facilidade para ser aplicada.
Um exemplo de esporte que melhor sabe usar a tecnologia é o futebol americano, onde em todo touchdown, os árbitros fazem a revisão automática da jogada. Se no lance acontecer alguma irregularidade, imediatamente acontece a revisão. O tênis também é um esporte que faz uso da tecnologia, de uma forma diferente, mas que se mostra muito eficaz. Trata-se do Hawk Eye, regra que permite a cada tenista dois desafios por sets e que podem ser chamados em qualquer jogada.
Diante dessas discussões e de soluções apresentadas, não podemos admitir mais que o esporte mais popular do mundo possa ainda caminhar a passos de tartaruga no que diz respeito à evolução e melhoria. Hoje, com o futebol cada vez mais moderno, profissional e tratado como negócio rentável, parece cada vez mais conflitante que o mesmo não possa dar passos rumo à evolução.
Mesmo com derrota, Vasco mostra evolução satisfatória
A parte de tudo isso que aconteceu no jogo, o Vasco mostrou em campo uma evolução tática que, mesmo atrás de seus rivais na tabela, começa a se sobressair sobre os demais rivais. Dominante durante quase todo o jogo, o time mostrou bom toque de bola, segurança entre os setores e um técnico Adílson Batista, que aos poucos começa a empregar o seu estilo de jogo, voltado ao ataque, mesmo com uma disposição tática que possa parecer defensiva em um primeiro momento.
O meia Douglas, que estreou nesse final de semana mostra que tem capacidade de trazer a qualidade que falta ao meio campo, além de ser mais uma alternativa na bola parada. A única coisa que falta ao time ainda é um atacante de mais qualidade, que possa trabalhar ao lado de Edmilson. Thales, garoto criado nas categorias de base do Vasco, pode ser uma alternativa a ser trabalhada por Adilson nos próximos jogos.
A derrota dói muito, principalmente contra o seu maior rival. Mas, o que o Vasco tem que fazer agora é acalmar os ânimos para o próximo jogo contra o Bangu, porque o futuro começa se apresentar mais azul para o Gigante da Colina.
Por Vitor Quartezani Dias
Fonte: Ei