Flamengo, deixa quieto. Se melhorar estraga.

O Flamengo fez tudo que estava ao seu alcance pra deixar a torcida apreensiva para o jogo com o Emelec. A tensão foi grande entre as hostes mulambas. Até o ultimo momento ninguém era capaz de cravar com certeza o time que entraria em campo. A chinesada hongkonguiana, depois de comprar Hernane pelo jornal com grande espalhafato, não apareceu com o faz-me-rir conforme o combinado. São uns brincalhões esses xing-lings.

E lá se foi o indômito Brocador colocar suas canelas de 3,5 milhões de euros na roda. Confesso que fiquei bastante preocupado em ver a integridade de um dos mais valiosos patrimônios do clube sendo administrada durante 90 minutos pelos delicados beques equatorianos. Ainda bem que deu tudo certo. Mas quem já associa a expressão beques equatorianos a Erazo sabe muito bem que foi uma temeridade.

Mas que se dane a segurança patrimonial, é Carnaval, o povo vibra de alegria. Ao cantar a tua poesia. Será que hoje tudo mudou onde andará o mulambo reclamador. Chora, arco-íris, chora. O Brocador ainda não foi embora. Canta, o Flamengo é o tal. Salve a lourinha, que pega um pega geral.

Como se pode facilmente deduzir escrevi o paragrafo anterior com os dois indicadores apontando ritmadamente para o alto, acompanhando a melodia do clássico samba-enredo mangueirense Yes, Nós Temos Braguinha que uma alma caridosa entre meus caríssimos vizinhos faz a gentileza de oferecer aos ouvidos da comunidade desde as 8 horas da matina em looping e no máximo volume. Puxa, como eu adoro viver cercado de estetas.

O Flamengo venceu bem o bicho-papão equatoriano, que estava invicto há 14 jogos. Fala sério, o futebol do Equador é piada. Se jogasse o carioqueta o Emelec não pegava nem G4. E mesmo assim teve uns momentos no jogo, principalmente depois que o Elano marcou o primeiro gol, que o Flamengo se deixou dominar pelos nervos. Parecia até que éramos nós que estávamos perdendo o jogo. A afobação era geral, mas Mugni e Muralha extrapolaram, erraram passes como se fossem o velho Williams, o bom ladrão.

Nessa hora prevaleceu a maior experiência da Magnética, torcida igual não há, que tomou conta do pedaço, exaltou os fortes, incentivou os mais débeis, cantou as musicas certas na hora certa e doutrinou o time. Que no 2º tempo já foi capaz de voltar a jogar como o Flamengo. Claro que a entrada do empolgado Gabriel fez muita diferença, o moleque tá voando. Aliás, tem que voar mesmo, vocês conhecem algum baiano que não se anime muito nessa época do ano?

Gabriel, ao lado de Everton e Cáceres (que exibiu sinais equívocos de possessão) foram os craques da pelada. Sem falar no Samir, monstro lá trás que exibe categoria até na hora de fazer gol contra. Mas a suíte Champion e o MotoRadio vão mesmo pro Zico, cuja presença no Maraca é sempre decisiva, seja qual for a competição. Valeu, Galo! Com você em campo, mesmo sentadinho no camarote, ficamos todos menos preocupados com o final da novela Brocador. Broca que honrou o Manto, deixou o dele no saco e contrariou categoricamente a pletora de gatos mestres que condenavam a sua escalação.

A ultima frase do paragrafo anterior escrevi principalmente pra mim mesmo, que durante a tarde enchi o saco de um monte de gente com esse mimimi. Fazer o quê? Sou chato pra cacete com esse negócio de Flamengo, adoro cornetar e já não tenho muitas esperanças de melhorar esses meus defeitos na presente encarnação. Prometo me esforçar mais na próxima.

Como seria legal se fosse possível ao Flamengo não mexer em nada, deixar tudo do jeito que está. As coisas estão funcionando no clube, os cabras estão motivados, nossos adversários se desmilinguindo em Cabofolias. Poxa, pra que mexer no elenco agora? Se não fosse pelo maldito dinheiro, oxigênio de papel pintado do qual dependemos pra viver, na mesma hora em que os chineses apareceram no Ninho do Urubu o Wallim, com aquela pinta de jovem Mr. Burns, devia ter dito: – Smithers, os cães! E colocado os xings pra correr.

Mas, lamentavelmente, fora de Springfield não é assim que a banda toca e tudo indica que o Brocador vai ter que aprender rápido a comer de pauzinho. Como torcedor lamento o desfalque, mas, ainda como torcedor, como não ficar feliz em ver o Broca tirar a barriga da miséria? É impossível desejar qualquer coisa a menos que a felicidade total pra esse cara. Se não der pra ele ser feliz no Flamengo, tudo bem, nós entendemos. Vai na fé, irmão, enche a burra e volta logo. As portas da Gávea tem que estar sempre abertas pra você.

Vou parando por aqui, sempre fico muito emocionado em despedidas. Bom carnaval, meninada. Se beber não dirijam e nem publiquem post em blogs. Não esqueçam, dia 3 aniversário do Zicão na Sapucaí. Fui.

Fonte: Urublog

Coluna do Flamengo

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