Gols sem marketing.

O Flamengo é a décima camisa de Alecsandro. O que não significa que seja apenas mais uma experiência na vida deste personagem de um paradoxo: ganhou títulos, entre eles duas Libertadores, mas, por onde passou, sempre enfrentou a resistência da arquibancada. Articulado, dono de discurso e gostos que fogem ao padrão boleiro, como o plano de estudar gastronomia e turismo quando a vida útil no futebol acabar, ele diz saber o motivo de sua relação instável com as torcidas: falta de marketing pessoal.

No Flamengo, que define como seu desafio mais significativo, espera vencer ao seu estilo.

— Nunca fui marqueteiro. Não vou pro jogo pensando em beijar escudo ou subir no alambrado porque a torcida me vaiou na partida anterior. Não tenho Twitter, Facebook, Instagram aberto. Hoje você vê jogador com um milhão de fãs. Eu peco nisso. Na era da tecnologia, da interatividade… E também não sou bonito, né? Aí fico sem carisma. Você já não beija escudo toda hora, aí erra um gol e a torcida pega no pé. No dia que eu beijar o escudo, será de coração — disse, admitindo rever conceitos sobre redes sociais. — É muito contra a minha vontade. Mas a gente tem que ser inteligente. Quero algo que seja de coração.

Alecsandro se tornou o tal jogador “cascudo”. E tenta usar a experiência com os jovens.

— Falei para o Mattheus, quando ele foi vaiado: “fica tranquilo que fui vaiado em todos os clubes que joguei”. Ele me olhou, aí completei: “mas fui aplaudido em todos também”.

Com 13 anos de profissão e a dois dias de fazer 33 de idade, seria natural se Alecsandro não enxergasse numa simples troca de clube um motivo para se emocionar. No entanto, em sua primeira entrevista coletiva no Flamengo, quase chorou. A carreira o colocou em grandes clubes. Mas, garante ele, enquanto defendia outras camisas, começou a fantasiar como seria vestir rubro-negro.

Hoje, não se vê em só mais um clube. “É o clube, é o Flamengo. Assim que se fala”, destaca. Muito tempo se passou da época em que via tanta gente famosa se declarar torcedora do Flamengo até o dia seguinte ao da estreia, quando se chocou com o espaço ocupado por fotos suas nas primeiras páginas de jornais.

— Quero um dia pegar um DVD, recortes de jornais, e dizer ao meu filho: “joguei no Flamengo, o pai jogou aqui”. Os músicos, os atores são Flamengo. Você anda pelo Brasil, pelo Rio, tudo é Flamengo. A mídia gira em torno da situação do Flamengo. Em vários times onde passei, ouvi a expressão clube grande. Aqui, você sente isso. É muito bonito — diz. — Quero ser o Léo Moura, ficar muitos anos. Que seja meu último clube. Não vim jogar no Flamengo. Vim ganhar títulos no Flamengo.

Filho do ex-jogador Lela, irmão de Richarlyson, não surpreende que o futebol tenha sido o caminho natural de Alecsandro. O pai o levava para treinos, churrascos com a “boleirada”. Hoje, ele faz o mesmo com o filho Yan, de oito anos. E alimenta o sonho de uma terceira geração de jogador na família. Caso não dê certo, há ainda Nicolas, de oito meses.

— Dia desses, o filha da mãe estava com uma prancha de surfe. Já está dando uma escorregada. Será frustrante para mim se ele não for jogador. Eu incentivo, sem forçar.

Mas Alecsandro não é um bitolado em futebol. Sócio de Carlos Alberto em um restaurante na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, não faz da empreitada um mero investimento. Passou a ler sobre gastronomia e, quando parar de jogar, pretende estudar o assunto.

— Não sou cozinheiro. Mas gosto de ler, ver qual o prato do momento. Na concentração, vira e mexe estou com revistas sobre isso — diz o atacante que, apaixonado por viagens, também planeja um curso de turismo. — Tenho um “fundo de investimento”. Todo mês, coloco um dinheiro. Quando parar, quero fazer três ou quatro viagens por ano. É inevitável ir a Israel. Fazer o percurso de Jesus, ver o muro das lamentações…

Fonte: Blog do Mansur

Coluna do Flamengo

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