Economia porca
Pai de um menino de oito anos que jogava na base do futsal do Flamengo me escreve, revoltado, contando que, na última quarta-feira, o supervisor da modalidade anunciou que a diretoria resolveu cortar custos e, assim, o futsal acabaria com os primeiros anos de categoria (sub 8, 10 e 12), que, portanto, não iriam mais disputar a competição do Rio.
“Mas como cortar custos se eles não tem praticamente nenhum? O Flamengo não paga nada a esses meninos, pelo contrário nós, os pais, gastamos combustível, passagem, lanche e até estacionamento no próprio clube! Pois o supervisor nos contou que, mesmo assim, o orçamento total do futsal seria reduzido em cerca de R$ 500 mil anuais! Veja só: o Fla está acabando com as categorias de primeiro ano deste esporte, inclusive a sub-10 que é a faixa na qual o menino vai para o Ninho do Urubu, dar os primeiros passos no campo. Tudo por causa de R$ 500 mil ANUAIS! Enquanto isso, paga R$ 500 mil, MENSAIS, ao Carlos Eduardo!!!”
Auxiliar?
O erro piramidal do tal Castanheira, “árbitro auxiliar adicional” (cáspite!), que não viu a bola chutada por Douglas quicar dentro do gol de Felipe, bem diante de seu nariz, evidencia aquilo que qualquer pessoa com dois neurônios sabe faz tempo: o olho humano jamais poderá competir com o uso da tecnologia e, neste caso, uma redonda com chip teria resolvido facilmente a questão.
Se fosse permitido o uso das imagens da TV, pelo quarto árbitro, a lambança fenomenal também poderia ter sido evitada em poucos segundos — tempo suficiente para que se visse o replay. “Dona Fifa” e os velhinhos da International Board, porém, seguem agindo como dinossauros. Menos mal que na Copa do Mundo, dentro de poucos meses, aqui mesmo, pelo menos, as bolas terão o bendito chip. Já é alguma coisa. Mas os absurdos só serão drasticamente minimizados no dia em que se regulamentar o uso das imagens de TV para dirimir as dúvidas em lances capitais.
Até lá, continuará valendo uma das maiores idiotices já formuladas sobre a questão. Aquela que diz que “a graça do futebol está na discussão do dia seguinte sobre possíveis erros do juiz”. Pergunte se os torcedores do Vasco estão achando alguma graça…
Camisa 10 de verdade
A estreia de Douglas foi ótima e mostrou como todos os clubes que andam à procura de um camisa dez (inclusive o Flamengo) paparam mosca. O ex-armador de Grêmio e Corinthians não é craque mas sabe ditar o ritmo do jogo, passar com precisão e cobrar faltas como a do gol que só os árbitros do Maracanã, no domingo, não viram. Já o argentino Lucas Mugni segue discreto. Dá pra ver que tem intimidade com a bola, mas ainda está muito tímido. Só tempo dirá se a aposta rubro-negra foi boa.
Perigos do Maraca
Charles Bitencourt me envia mensagem que mostra como a aplicação das leis para coibir a violência nos estádios continua a não passar de utopia:
“Prezado Renato, ontem (domingo), na saída do Maracanã, eu minha esposa e dois primos que vieram do Maranhão para ver o jogo, demos de cara com um “bonde” da Força Jovem. Roubaram a bolsa da minha esposa com nossos celulares, além da chave do carro. Tal facção não estava suspensa dos estádios? Como fui roubado por um bando deles, vestindo camisetas da mesma e gritando?
Fui assaltado na frente de PMs e guardas municipais, que nada fizeram. O pessoal da Guarda chegou a me dizer que não pode agir porque só está armada com um cassetete. O “arrastão” ocorreu numa rua paralela à Avenida Maracanã. O “bonde” passou roubando, lançando bombas e tocando a maior balbúrdia, na cara da PM. Isto, mesmo com seus integrantes estando suspensos de irem ao estádio! Sinceramente, o Maraca deve perder um frequentador de mais de 20 anos”.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado