O melhor ataque do Brasil: Brocador x Alecgol.

Muitos clubes da atualidade continuam penando para encontrar jogadores que saibam fazer gols. Este, porém, não é um problema para o Flamengo. Vários torcedores não gostaram da contratação do Alecsandro, mas bastaram dois jogos e quatro gols para que muitos passassem a elogiá-lo (em um dos meus últimos artigos eu disse que ele é um bom jogador para compor a equipe e que torcia para que calasse os críticos).
Tanto Hernane quanto Alecsandro não são jogadores de grande qualidade técnica, mas são atletas que não aceitam a reserva e têm faro de gol, boa movimentação e presença de área. Hernane tem outra grande qualidade: praticamente nunca se machuca. O que faz a disputa entre os dois pender para o brocador.

Até agora o Flamengo marcou 16 gols no Campeonato Carioca, no qual 50% foram marcados pela dupla Hernane / Alecsandro. Os demais jogadores do clube que marcaram gols foram: Welinton (2), Gabriel (2), Elano, Samir, Léo e Negueba. Dá para perceber que o meio e o ataque do clube estão inspirados, mas os zagueiros e laterais estão apoiando bem, tendo participação decisiva em vários gols.

Cabem os dois juntos no time

Os Hat-Tricks tão comemorados pela torcida deixaram uma grande dúvida: afinal quem deve jogar como titular? Hernane ou Alecsandro? Eu particularmente acredito que, em alguns jogos, o Jayme deveria testar os dois juntos. Sempre achei que dois grandes atacantes dividem a responsabilidade e a atenção dos defensores, além de dobrarem as opções para os armadores e laterais da equipe. Hernane, Paulinho e Alecsandro no ataque, com Elano, Mugni (ou Gabriel) e Amaral no meio, deixariam a equipe altamente ofensiva e muito perigosa. Neste caso testar um esquema com três zagueiros poderia ser muito interessante: Léo Moura ficaria na contenção pelo lado direito e Erazo (ou Chicão) entraria no lugar do André Santos para melhorar a marcação. A saída de bola da defesa para o meio-campo ficaria a cargo de Leo Moura e Samir, que têm bom passe.

Este esquema poderia ser usado na Libertadores, nos jogos dentro de casa, quando os times visitantes vierem recuados, com muitos zagueiros e volantes marcadores e arriscando nos contra-ataques. Os dois juntos (Hernane e Alecsandro) podem dar um “bom caldo” para o time. Sem sombra de dúvida os defensores adversários teriam muita dificuldade em marcá-los (e os contra-ataques seriam anulados com a quantidade de bons marcadores atrás).

O Fla-Flu da discórdia, com estádio vazio

Hoje acontece o primeiro Fla-Flu após toda a confusão da última rodada do Brasileirão 2013. Queria muito que este momento viesse acompanhado de um grande público, valendo a liderança da competição, com piadas e músicas irônicas de ambos os lados. Porém os tempos são outros, o Campeonato Carioca já não motiva tanto o torcedor (a não ser nas finais) e o valor dos ingressos está realmente abusivo. A diretoria, que acerta em mais de 95% das decisões, está errada em manter estes valores no Cariocão. Muitos torcedores não terão como assistir o Flamengo na Libertadores (devido à pequena oferta de ingressos frente à grande demanda para a competição), e o Campeonato Carioca poderia estar sendo usado justamente para não afastar o torcedor “não-sócio” dos estádios. Pelo contrário, deveriam estar sendo feitas diversas ações para, além de manter este torcedor ativo e presente, ser atraído para se tornar sócio no curto prazo.

Sei que a diretoria tem muitas outras coisas para se preocupar e o dinheiro à curto prazo é o mais importante neste momento, mas 13% de ocupação média no Maracanã em jogos como mandante (segundo dados do infográfico do GE), na minha opinião é perder dinheiro, no curto, médio e longo prazo. E pergunto: ter um público médio de 30 mil torcedores pagando R$ 40,00 por jogo é melhor ou pior que ter 10 mil torcedores pagando R$ 100,00? Num cálculo rápido teríamos um acréscimo de receita por volta 200 mil reais. Lógico que o custo aumentaria (a concessionária cobra 10 reais por torcedor no estádio). Porém, mesmo que o lucro real caísse um pouco, teríamos mais torcedores presentes, uma festa muito mais bonita e um contentamento maior nesta relação torcida/clube. É algo a se pensar tanto para o Campeonato Brasileiro quanto para o Cariocão 2015: diminuir os valores nos jogos com menor apelo, até mesmo para ter um bom argumento a favor para o aumento dos valores em jogos mais importantes.

E jogos importantes são: semifinal e final do Campeonato Carioca; jogos contra os outros 11 grandes clubes no Campeonato Brasileiro; jogos decisivos da Copa do Brasil; e TODOS os jogos da Libertadores (em particular os jogos de mata-mata). Todos os demais jogos são de menor apelo e deveriam ter um decréscimo em seu valor (ou um programa de fidelização, em que torcedores que comprem pacotes da Libertadores ou que mais freqüentam os jogos, recebam descontos cada vez maiores). Outra forma de se encher estádio é criar promoções onde sócio-torcedores ganhassem ingressos, em sorteio, para estes jogos menores (toda ideia capaz de preencher os 80% de lugares vazios seria um sucesso). Ou levar estas partidas para os novos estádios da Copa do Mundo. O Flamengo precisa urgentemente ter o torcedor como parceiro, assim como as grandes empresas tratam e fidelizam seus melhores clientes. Cobrar ingresso caríssimo para um jogo que não vale muita coisa e colocar propaganda do PFC no site oficial soa como ironia e isso não é a atitude mais inteligente de se ter.

Último teste antes da estreia na Libertadores

Infelizmente tanto a CBF quanto as Federações estaduais continuam “autistas” e totalmente fora do contexto do futebol brasileiro. Quando a tabela do Campeonato Carioca 2014 foi feita, Flamengo e Botafogo já estavam classificados para a Libertadores. Claro que a tabela da competição ainda não havia sido divulgada, mas deveria haver alguns mecanismos previstos para que um clássico não seja sucedido de outra partida muito mais importante, que faça com que o clássico se torne um “amistoso de luxo” e treinamento para a equipe. É uma visão de mercado extremamente limitada. Depois não tem como reclamar que os torcedores não vão aos estádios.

Nossos dirigentes ainda são muito amadores, totalmente sem visão estratégica de mercado. Temos um produto (futebol brasileiro), com consumidores cativos e fiéis (torcedores), um excesso de subprodutos (partidas e competições) e uma demanda financeira escassa. Criar estatísticas, estudar o mercado e a demanda, fazer pesquisas qualitativas com os consumidores e adequar o produto ao mercado. Toda empresa que se preze e que queira permanecer no alto por muito tempo faz isso, é o básico. Os clubes brasileiros, por mais profissionais que alguns dos atuais diretores sejam, ainda estão muito atrasados neste sentido. Precisa-se mudar com urgência. SRN.

Daniel Mercer.


Coluna do Flamengo

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