Teatro do absurdo.

Após três anos e meio longe do seu palco principal, Flamengo e Vasco retornaram ao Novo Maracanã para voltar a escrever a história do Clássico dos Milhões em seu habitat natural.

Bem… Tentar recomeçar. Talvez essa expressão seja mais apropriada.

O palco é o mesmo e é outro a um só tempo. O Campeonato é o mesmo que ajudou a construir a mística dos encontros entre as duas equipes… Mas também é outro. O público que dá nome ao clássico, esse nem de longe lembra os espetáculos lotados de outrora.

Em campo, até tivemos emoção. Gol polêmico e não-gol mais polêmico ainda. Jogadas ríspidas. Arbitragem confusa. Virada no placar. Gol ao apagar das luzes. Reserva entrando pra mudar a história do jogo.

Fora do campo de jogo, só a melancolia.

Com ingresso mais barato a 80 pratas e pouca gente na arquibancada, o outrora Clássico dos Milhões já tem o direito de ir ao cartório mais próximo e solicitar uma mudança de nome, com o intuito de não sofrer bullying dos amiguinhos no colégio.

Algumas torcidas organizadas que vinham fazendo um justíssimo protesto contra o preço abusivo dos ingressos, já começam mesmo a dar mostras de que a revolta corre o risco de se transformar em conformidade. Enquanto vejo algumas movimentações das mesmas como instituições nas redes sociais, já começo também a testemunhar nos indivíduos que as compõem, nas mesmas redes, comportamento mais passivo e com tom de “perdemos essa luta”.

Sobre se a luta está ou não perdida, o tio dá seu parecer em artigo futuro.

E lá dentro do moderno, esvaziado e fifense Novo Maracanã, as coisas não vão nada bem.

Está sim mais confortável, mas é verdade também que anda muito chato. Não pode isso, não pode aquilo, não pode aquilo outro.

Encostar o pé nas cadeirinhas de ouro, por exemplo, agora é algo que não pode. E não é subir e pular não, que também julgo desnecessário. Basta uma distração sua enquanto papeia com os amigos e um leve roçar de tênis no encosto… Lá vem o povo chato do colete (que está só fazendo o seu trabalho) chamar sua atenção.

No entorno e dentro do estádio você não consegue andar 5 metros sem alguém oferecer ajuda. Exagerado, chato e, diga-se de passagem, das únicas duas vezes desde a reabertura que precisei de algum tipo de informação… Fui orientado de forma errada. Ontem foi uma delas.

Ontem, aliás, cheguei a ver o seguinte absurdo: meia dúzia de amigos de uma das torcidas presentes começou a dar saltos laterais ao cantarem uma música após o gol. Abraçados, iam e voltavam lateralmente no lance da arquiba sem incomodar e nem passar na frente de ninguém que estivesse sentado. Prontamente um dos minions do consórcio Maracanã foi lá aconselhar que aquele não era um comportamento adequado. (??!!). A cara dos rapazes resumiu todo um drama. Olharam boquiabertos sem entender nada para logo depois olharem frustrados uns para os outros.

Eu não tenho escolha. Não consigo viver sem estar perto do Flamengo e fiquei deprimido até por não ter dinheiro para ver um jogo “ali” no México semana passada.

Quero até declarar logo que não perdôo os amigos mais próximos e mais frequentes que não estão indo. SE o problema for realmente dinheiro eu entendo e assino embaixo. SE não for isso e vão ficar usando o escudo do  “estou protestando” para encobrir a realidade do “estou com preguiça” ou “passei a ter outras prioridades”, é lamentável.

Agora… As novas gerações de torcedores estão perdoadas totalmente. A culpa de forma alguma é delas. O ingresso está caro sim, o Carioca é uma merda de campeonato falido sim, o Maracanã virou um lugar chato e sem graça sim.

Solução ainda há. Só resta saber se realmente interessa a quem pode fazer alguma coisa. Vai ver a longo prazo compensa mais vender tudo em pay-per-view e fazer uma computação gráfica tipo aquelas do Playstation para simular a existência de um estádio lotado.

Fonte: Falando de Flamengo

Coluna do Flamengo

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