Os Estaduais a cada ano que passa vão ficando menos prestigiados. Com o advento de uma suposta modernização, nome pomposo e que se resume só a arenas maquiadas e preços abusivos, a coisa só tende mesmo a piorar. Mesmo porque pagar cada vez mais por um produto cada vez pior desafia qualquer lógica/estratégia dos marqueteiros de plantão.
No caso particular aqui do Rio de Janeiro, no último final de semana descemos mais alguns degraus no quesito achincalhar o outrora Mais Charmoso Estadual do País. A Taça Guanabara, outrora disputado troféu e comemorado com pompa pela equipe vencedora, foi ganha pelo Flamengo com duas rodadas de antecedência, sem a presença da taça em si, diante de um Moderno e Chato Maracanã quase vazio.
Gritos tímidos e pálidos de “É Campeão…” ecoaram literalmente. De tão vazio, os gritos eram respondidos pelos ecos de um passado que já foi glorioso, com o tempo passou a sem graça e esse ano merecia uma placa daquelas de “Em risco de extinção”.
Pra coroar a bagaça, a voz sensata do Tio Jayme alertou (como se houvesse necessidade) que algo precisa ser feito e de forma urgente para reverter essa situação. Jayme chegou a falar no “público constrangedor” do jogo contra o Bonsucesso na Quarta-Feira de Cinzas.
Eu nem tenho muita moral pra ficar criticando o Estadual. Tudo bem que estive em todos os jogos do Carioqueta e teoricamente, como um consumidor ávido (ainda que muito a contragosto) do produto, eu tenha direito de reclamar do mesmo. De qualquer forma, essa minha presença tão assídua, apesar de ranzinza, é como se eu assinasse embaixo desse festival de insanidades no qual se transformou o campeonatozinho organizado pela Federação de Falências e desse o meu aval.
Algumas semanas antes, li em algum lugar um dirigente do próprio Bonsucesso reclamando do caráter deficitário do Carioqueta. Alguém discorda de que isso é o fim de tudo? Reflitam sobre isso. As pessoas responsáveis pelo Bonsucesso acham que as coisas estão erradas no Estadual… Se esse não for o fim da linha eu não sei mais o que pode ser considerado como tal.
Viramos um Circo de Loucos.
A parte um pouco mais sã é composta pela torcida que largou a competição de mão e não dá mais as caras nas arquibancadas. Como o amor é grande e acabam assistindo pela TV, também não estão isentos da sua dose de insanidade. A parte mais idiota, apaixonada e aguerrida, é composta por mim e mais uma meia dúzia de sei lá quantos mil lunáticos que continuam dando murro em ponta de faca. A parte mais insana sem dúvida é composta pelos dirigentes, tantos os da Federação de Falências quanto os Smurfs e os outros.
Não podemos esquecer de incluir nesse pacote a dona do circo. A Televisão com suas chamadas exageradas e um tanto patéticas para jogos que ninguém quer assistir… “Nessa quarta… após a novela… o Flamengo entra em campo para mais uma batalha do Campeonato Carioca… Você curte tudo por aqui. Flamengo e Quixerapobrense… Dez da noite… Ao vivo…”
Ninguém merece esse troço. O Cariocão já foi nobre. Hoje agoniza. Tem que remediar e dar força… Ou então ter a coragem e a decência de desistir e sacrificar o quanto antes.
Fonte: Falando de Flamengo