Luzes apagadas, transmissão encerrada, e Leovegildo Lins da Gama Júnior, o Júnior que a torcida do Flamengo bem conhece, ainda na cabine de transmissão da TV Globo, olhava fixo para o gramado do Maracanã.
O Flamengo havia acabado de empatar em 2 a 2 com o até então modesto Bolívar, pela terceira rodada do Grupo 8 da Libertadores.
“Não adianta, essa competição é diferente.
E é nessas horas que a gente vê o valor de jogadores experientes, como Leonardo Moura e André Santos.
O Flamengo teve dificuldades para vencer um bloqueio defensivo de qualidade, virou o jogo, mas não soube garantir os três pontos”.
Foi uma análise fria do que Júnior acabara de assistir.
Ao lado do locutor Luiz Roberto de Múcio e do comentarista de arbitragem Renato Marsíglia, o maestro, deixou o estádio ressabiado com o futuro do time na competição. Como a maioria dos rubro-negros.
Viu-se agora com mais clareza que o elenco é limitado, numérica e qualitativamente, e que a decisão de manter os titulares em plena atividade na Taça Guanabara pode ter sido bom para a conquista da Taça Guanabara.
Para a disputa da Libertadores há certa dúvida.
Se são tão importantes assim (melhor: se eram), mais razoável seria que ao menos Leo Moura, André Santos e Elano fossem preservados.
Elano, já com 32 anos e um desgaste que o impossibilita jogar por 90 minutos, contundiu-se enfrentando o Nova Iguaçu, numa das cinco partidas que fez no Estadual.
E os dois laterais titulares absolutos (Leo Moura, de 35, e André Santos, de 31) sentiram dores musculares no confronto com os reservas do Botafogo.
Me junto aos que veem com ceticismo o sucesso do Flamengo na Libertadores.
E acho, com sinceridade, que o planejamento “pé no chão” da diretoria era este mesmo.
A estratégia era salvar o semestre com mais um título do Estadual e ver até onde dá pra chegar na competição sul-americana.
Mais para aliviar as finanças do que para reforçar a galeria de troféus do clube.
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira