Libertadores: Argentinos ameaçam soberba do Brasil.

A análise da Libertadores aqui no Brasil ignora muito a performance e a real capacidade dos times estrangeiros. Ainda mais com a recente hegemonia dos clubes do país na competição, parece que não há adversários gringos, não há ameaças no exterior. Mas não é bem assim. Neste ano, enquanto os clubes brasileiros de uma forma geral decepcionam, inclusive os favoritos Atlético-MG e Cruzeiro, alguns dos bons representantes do país arquirrival também patinavam. Mas como rir de Lanús e San Lorenzo se o Flamengo corre sério risco de eliminação ainda na fase de grupos?

Na última semana, os clubes argentinos conseguiram bons resultados e todos estão vivos e mais fortes. Os bons times de Lanús e Newell’s estavam contra as cordas e venceram jogos cruciais por dois gols de diferença. Provisoriamente, lideram suas chaves, mas, mais do que isso, os dois estão agora com boas chances de classificação. O Vélez, por sua vez, venceu o Atlético-PR em solo brasileiro e se coloca como sério candidato a ter uma das duas melhores campanhas da fase de grupos. Se ficar atrás do Santos Laguna apenas, não teria muito problema numa eventual final, pois a última partida da decisão seria obrigatoriamente, por força do regulamento, realizada na América do Sul. O Arsenal de Sarandí, após permitir uma virada heróica do Peñarol no uruguai, selou sua classificação também para as oitavas de final, algo inédito na história do clube da família Grondona. Com Gustavo Alfaro no comando técnico do clube, o Arsenal é sim “copero”, como a Copa da Argentina do ano passado mostra bem. O único argentino em situação aparentemente delicada é o San Lorenzo, mas o bicho não é tão feio assim. A equipe que representa os grandes argentinos na Libertadores deste ano cedeu um empate no final contra o Independiente del Valle, mas saiu vivo do Equador. Caso o Botafogo não perca em casa para a Unión Española, resultado muito provável, o San Lorenzo fechará sua participação no grupo ante o time carioca em casa. Teoricamente, dependerá apenas de si para avançar. E, se o San Lorenzo não tem sido tão “copero” como outros conterrâneos, caso do Lanús campeão da Sul-Americana, ele venceu o Torneo Inicial na Argentina com uma arrancada sensacional. O grupo mostrou ter chegada, algo que pode se repetir no mata-mata.

Considerando que o bom Atlético Nacional de Medellín caia no Grupo da Morte, poucos outros times além de Brasil e Argentina podem ganhar o título. O Cerro Porteño, campeão invicto do Clausura no Paraguai, está bem organizado por Arce e pode chegar longe, mas a camisa do Cerro costuma fraquejar em momentos mais agudos (nunca fez final continental, embora seja um dos dois grandes de seu país). Poderemos ter dois bolivianos (Bolívar e Strongest) e um venezuelano (Zamora) nas oitavas, mas esses times são boas surpresas da disputa, não mais que sensações que em algum momento vão levar um choque de realidade. O Defensor é muito mais confiável, seja pelo seu sistema defensivo, seja pelo brasileiro Gedoz e por aquele que é para mim a grande revelação da disputa: o meio-campista De Arrascaeta. Mas o Defensor, time que vive de formar e vender jogadores (esse talento citado já está engatilhado para o Galatasaray), não tem muito como aspirar o título. Os mexicanos Santos e León podem sim sonhar com uma inédita taça para o futebol da Concacaf, mas o que quero dizer aqui é que os argentinos ainda são as maiores ameaças ao Brasil.

Mesmo em situação econômica mais difícil e mesmo com algumas limitações técnicas, os times argentinos, de uma forma geral, são bem montados e encaram bem a competição. Newell’s e Vélez, os mais cotados, precisam superar os traumas recentes de amarelar. São dois clubes organizados e com times muito competitivos, porém ambos precisam de um título internacional para selar o bom momento que vivem em suas histórias. O lanús começou muito mal a Libertadores, mas encaixou duas vitórias e promete ser osso duro no mata-mata. Guillermo Schelotto mesmo disse que a fase de grupos da Libertadores é mais difícil do que o mata-mata. Experiência dele com o Boca Juniros, hexacampeão da América. O Lanús dava pinta de que ganharia a Sul-Americana meses antes mesmo de selar o título contra a Ponte Preta (se a final fosse contra o São Paulo, creio qie também venceria). O time granate é um sério perigo para qualquer grande clube brasileiro. O Arsenal de Sarandí, que foi superado pelo Galo ano passado, também já se acostumou a grandes duelos internacionais e não tremeria numa decisão contra um time daqui. Com bola parada e ligação direta, além de muita marcação, será uma pequena pedreira.

O San Lorenzo não é consistente e ainda tenta se adaptar ao bom novo técnico (Edgardo Bauza), mas toda a mística em torno desse atual time, incluindo aí o glamour do papa, pode render ainda em boas histórias e façanhas nesta Libertadores. Não dá para garantir que o Brasil conquistará o seu quinto título seguido de Libertadores, isso porque os times do país estão ainda devendo na disputa (o Grêmio é quem está melhor e mais inteiro) e porque os argentinos ainda são força importante na competição.  A seleção da Argentina, até pela tabela e pela logística, deverá estar na final da Copa do Mundo no Maracanã. Não é difícil aponta isso. Apontar um clube argentino na final desta Libertadores parecia ser algo mais difícil, mas também está virando algo real. Os argentinos, humildes, estão em condição de derrubar o Brasil e seu soberbo favoritismo

Fonte: Blog do Rodrigo Bueno

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