Nada está perdido para o Flamengo.

Muito pior que uma derrota (ou um empate em casa) é o sentimento de que a “vaca foi para o brejo”. Na história do Flamengo, inclusive a recente, são muitas as derrotas que fizeram o time se encaixar e dar a volta por cima. Puxando pela memória, sem muito esforço, consigo lembrar de duas derrotas muito dolorosas que serviram de incentivo e nos levaram ao título.

O chocolate do “baixinho”

O dia 23 de Abril de 2000 foi um dos dias mais tristes que tive o desprazer de presenciar em uma partida do Flamengo. Seria a primeira partida de um dos meus maiores ídolos na infância, Romário, contra meu clube, que também era seu ex-clube, demitido pelo presidente Edmundo Santos Silva, no final de 1999. Como se não bastasse o ingrediente, ainda era domingo de páscoa e o dirigente vascaíno Eurico Miranda distribuiu ovos de páscoa para os torcedores vascaínos do Maracanã.

Como não poderia ser diferente, os 53.750 presentes ao estádio presenciaram não apenas uma grande vitória do Vasco, um massacre, mas um verdadeiro chocolate, com direito às músicas que lembravam a Páscoa. Um chocolate duplo no Maracanã. Mas o que poderia se tornar um motivo para afundar de vez o time para o restante do campeonato se tornou um incentivador, um divisor de águas, para que o Flamengo desse a volta por cima e encontrasse o mesmo Vasco na final do Carioca de 2000. O final da história todos os torcedores conhecem: 3×0 para o Flamengo no primeiro jogo da final, 2×1 no segundo, e bi-campeonato carioca para a Gávea.

O dia que o Mano disse adeus

Treze anos depois e muitos títulos conquistados, a história de 2000 se repete, mas em competições e adversário diferentes: no dia 19 de Setembro, o Atlético-PR vira um jogo histórico, faz 4×2 no Flamengo dentro do Maracanã e transforma o ambiente do clube numa crise histórica. Pedido de demissão do treinador Mano Menezes e prenúncio do que poderia ter sido o pior segundo semestre da história do Flamengo. Muitos já davam como certo o primeiro rebaixamento do clube para a Série B do Brasileirão.

E aí veio a Copa do Brasil. Com treinador interino, precisando vencer o melhor time do Brasil no momento, o Cruzeiro. A torcida acreditou, abraçou o time, os jogadores fizeram um pacto entre eles e o sucesso foi imediato: vitória em cima do futuro campeão brasileiro e classificação para as quartas-de-final. Um verdadeiro show. O final da história também é conhecido: goleada em cima do Botafogo, eliminação do Goiás (com direito ao “deitar e rolar”) e título em cima do mesmo Atlético-PR, no mesmo Maracanã, apenas dois meses depois. Se fosse escrito por um roteirista de cinema, não teria sido tão perfeito.

Estas foram apenas duas históricas derrotas que se transformaram em incentivo para que o Flamengo desse a volta por cima e conquistasse os títulos poucos meses depois, mas tiveram muitas outras. Não custa lembrar que os maiores ídolos da história do Flamengo (Zico e Júnior) consideram a derrota para o Palmeiras, no Brasileirão de 79 (4×1 para o Palmeiras, dentro do Maracanã), como o divisor de águas para que o clube vencesse o Brasileirão de 80, se classificasse para a Libertadores em 81 e conquistasse o mundo.

Também existiram derrotas que foram apenas derrotas e se transformaram em verdadeiras crises no clube. Resta aos jogadores e à torcida escolher se esse empate com sabor de grande derrota contra o Bolívar servirá de incentivo para o restante da Libertadores ou se os mesmos se entregarão, tendo a certeza que a eliminação é o único destino possível.

Eu acredito que o Flamengo tem plenas chances de vencer os três próximos jogos. Acredito até que é o favorito absoluto para os três. Precisamos entrar com espírito de um grande clube, campeão do mundo, jogando contra times médios, que realmente são. Clubes sem história, sem camisa, que nunca somaram nada no futebol mundial. O Flamengo tem de entrar em campo com a certeza que sairá em primeiro do grupo, que é o clube grande, o favorito e o melhor time.

Se entrar com medo de ganhar, consequentemente irá perder. E a bonita história contada na Copa do Brasil em 2013, com a classificação para a Libertadores 2014, não se repetirá.

Vai pra cima deles Mengo! SRN.

Daniel Mercer.

Coluna do Flamengo

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