Que venha a crise no Flamengo.

Com todo respeito ao futebol praticado nos Andes, mas para o Flamengo sempre será um pouco vexaminoso empatar com campeões bolivianos, sejam eles quem forem. Que dirá jogando ao nível do mar e em nossa própria casa. Foi realmente desastrosa a jornada rubro-negra na terceira rodada da Libertadores. Esse empate nos saiu muito mais caro que a derrota em Leon.

E pra ser sincerão, demos até um pouco de sorte de sair com esse pontinho de campo. O Flamengo deu muito mole, o Bolívar andou flertando com a vitória e, pelo menos do meu ângulo de visão, pareceu deter o domínio do jogo durante a maior parte dos 90 minutos.

Desde o apito inicial se percebia uma diferença básica entre as duas equipes; o Bolívar sabia exatamente o que deveria fazer em campo e se manteve fiel à sua proposta de jogo. Enquanto o Flamengo, mal posicionado em campo, foi vulnerável, previsível e extremamente desatento. Rolou uma infeliz inversão de papéis, os bolívia jogaram como se fossem os donos da casa e nós, os visitantes.

Para que se mantenha um nível mínimo de coerência na análise desse lamentável 2 x 2 é fundamental que se ajoelhem no milho os detratores de Leo Moura e André Santos. Podem se prostrar em penitência aqui mesmo do meu lado pra ver se aprendemos, juntos, a manter nossa enorme boca fechada. Eu disse estupidamente no post anterior que a ausência dos laterais titulares não poderia nos causar maiores contratempos. Sim, eu passei no concurso público pra falar merda.

Com a ausência dos dois veteranos laterais eu imaginava, candidamente, que teríamos um Flamengo mais veloz, menos vulnerável na defesa e buscando novos caminhos no ataque que não a tradicional chuveirada na área. Mas o que na realidade acontece quando não jogam Leo Moura e André Santos é que o Flamengo se apaga. Pois não tem ninguém capaz de substitui-los em nosso Departamento de Criação e se transforma num time óbvio, previsível e facilmente neutralizável.

Não é nenhuma maluquice ou quintacolunismo esportivo colocar em discussão a renovação do nosso elenco e pensar, a médio prazo, em como substituir nossos laterais. Leo Moura não é eterno, nem é garoto, e o Flamengo precisa se planejar para o futuro. Mas no momento atual o Flamengo simplesmente não sabe jogar sem os dois. Na ausência da dupla não há no time quem seja capaz de criar. Elano foi uma decepção nesse quesito, já vimos que a ele essa responsabilidade não pode ser delegada.

O Flamengo se complicou na tabela e, teoricamente, precisará vencer algum jogo fora de casa para se classificar. Vai ser um sofrimento do cacete, não tenha duvidas. Os efeitos narcotizantes do meramente recreativo carioqueta passaram rapidinho e vimos, diante de adversário pouquinha coisa mais arrumado que a Cabofriense, a realidade técnica do nosso time. Estamos no osso.

Ainda que nos reconforte a teoria de que tradicionalmente o perrengue seja a mola propulsora das maiores conquistas rubro-negras, estamos todos vendo a olho nu que o Flamengo está num nível organizacional muito abaixo do esperado para que se faça uma campanha minimamente aceitável na Libertadores. Algo não está funcionando a contento e precisa ser mudado. E rápido.

É evidente que precisamos de mudanças. Mudanças na escalação, no esquema tático e, principalmente, na postura do time. Porque na Libertadores a etiqueta e as boas maneiras também são fatores decisivos. Libertadores é jogo pra homem, não pra meninos. Mas não dá pra jogar a responsabilidade pelos nossos triunfos na conta da torcida ou nos poderes do Manto. Os caras precisam chamar o jogo pra si. Se continuarmos jogando dessa maneira descompromissada não iremos longe.

Se existe um bom momento pra irromper uma crise na Gávea a hora é essa. Um crise produtiva, que seja capaz de corrigir rumos, apontar novas soluções e tirar a rapaziada dessa inexplicável letargia. O Flamengo empatou com um time da Bolívia em casa. Um time da Bolívia! Vamos parar de fingir que está tudo bem porque não está. Detesto confusão, mas um pouco de fogo no rabo dos indolentes não ia fazer nenhum mal ao Flamengo.

Fonte: Urublog

Coluna do Flamengo

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