Nada me convence que jogos de futebol no sábado de Carnaval sejam algo mais do que uma inconveniência gerada pela estupidez do calendário esportivo brasileiro. Pelo menos no Rio, terra que a todos seduz, tem tanta coisa boa pra fazer durante o tríduo momesco que mesmo o Flamengo, do alto do seu incomparável poder de atração das massas, encontra dificuldades para arrastar multidões ao estádio.
Ontem, apenas 10 mil pagantes, muitos deles turistas, levaram seus corpos até Maracanã pra ver o Flamengo doutrinar os laranjas do Nova Iguaçu e garantir antecipadamente a classificação para as empolgantes semifinais do carioqueta. Um público menor do que o de muitos blocos de carnaval que tomam as ruas da cidade, mas é até covardia pra comparar jogo de futebol valendo nada a 60 paus a entrada num estádio abstêmio com a alegria espontânea, etílica e gratuita do carnaval de rua carioca.
Claro que para um campeonato inteligentíssimo, que possui a invejável média de 2 mil e poucos espectadores por partida, o público foi maravilhoso. O jogo em si manteve o nível do campeonato, peladaça modorrenta. O Nova Iguaçu não se entregou facilmente e implantou a correria. Que só foi neutralizada pela superior qualidade do nosso elenco. Os destaques foram o 20º gol do Brocador no Maraca e a bela, comovente homenagem aos integrantes do Panteão Rubro-Negro aniversariantes de Março.
Júlio Cesar Uri Geller, Esquerdinha, Fernandinho (101 anos!), Índio e Gaúcho, além do técnico Jayme de Almeida e Zico, entraram no gramado e receberam da galera os merecidos aplausos e parabéns. Muita gente não percebe imediatamente como essas coisas contribuem para a nossa grandeza. Mas são esses cuidados com a própria história, o respeito às nossas origens e a preocupação de transmitir esses valores às novas gerações que fazem o Flamengo ser o gigante que é. A história continua.
Amanhã é Natal na Nação Rubro-Negra.
Fonte: Urublog