Como todos, lamento muito a morte de Luciano do Valle. Um dos mais locutores do esporte (levantou o vôlei, inclusive) de todos os tempos. Isso todo o mundo já sabe.
Gostaria de falar, no entanto, mais do companheiro que encontrei na Band. Embora não fosse cotidiana a nossa convivência, jamais o vi posar de ídolo contra quem quer que seja e comigo, em especial, emprestou-me até a sala que usava eventualmente, através do Zeca, nosso amigo em comum.
Pelo que conheci, tratava-se de homem generoso, mais do que fiel a seus amigos. Sofria e luta por eles, quando preciso. Voltando a mim, muito antes da Band, quando eu estava em outra emissora (Gazeta) e comandava um debate esportivo que começa a ser relevante aos domingo à noite, eis que uma outra emissora, poderosa, decidiu lançar um programa semelhante, no mesmo horário.
E numa tarde, lá pelas duas meia ou três horas, recebo um telefonema. Não me lembro de que já tivesse falado com o Luciano. Mas era ele;
– Avallone, aqui é o Luciano .
Estranhei, fiquei segundos em silêncio. E fui em frente:
– Fala, Luciano…
– Negócio é o seguinte; estou sabendo da concorrência que vai acontecer. E por gostar muito de seu trabalho, quero oferecer o meu cast inteiro se você quiser aproveitar.
Claro que queria, só fiquei agradecido. E surpreso com a atitude de quem pouco conhecia pessoalmente, apenas pelo show de suas transmissões. E em reunião com meu chefe da época-eu era gerente de esportes, ele não me lembro bem qual a nomenclatura exata-, o competente e ousado Marcos Amazonas, escolhemos Maguila (na época, no auge) para enfrentar a concorrência.
E vencemos.
Graças também ao inesquecível e Luciano do Valle. Que era generoso com todo o mundo.
Que Deus o tenha.
Fonte: Blog do Avallone