Chega de desculpas!

Basta! São cansativas as infindáveis explicações dadas por jornalistas, técnico, e jogadores para a pobreza do futebol apresentado pelo Flamengo nos últimos tempos.

Começo pelas lamúrias dos jogadores que chegam a ser uma afronta ao torcedor comum que precisa trabalhar, muitas vezes de domingo a domingo, de dez a doze horas por dia para pagar as contas no fim do mês.

Custo a entender e aceitar como um sujeito que ganha, na pior das hipóteses, vinte mil reais por mês – isso para não citar os que ganham vinte e cinco vezes mais – para trabalhar por no máximo quatro horas por dia jogando futebol pode reclamar do desgaste de uma viagem de avião de duas horas para um estado vizinho para ficar num hotel quatro estrelas, correr atrás de uma bola e voltar pra casa. Isso é desculpa para o péssimo desempenho demonstrado em campo?

Para quem não sabe ou lembra, o super time do Santos das décadas de 60 e 70 costumava fazer seus grandes jogos não em São Paulo, mas no novíssimo, moderno e gigante estádio Mario Filho, o Maracanã, no Rio de Janeiro. Haja vista o show dado pelo esquadrão comandado por Coutinho, Pelé e Pepe, o desgaste das viagens não era nem lembrado na hora das entrevistas.

O Botafogo de Garrincha e o Flamengo de Zico viviam a excursionar pelo Brasil e pelo mundo e colecionaram troféus nas visitas, principalmente à Europa, nas décadas de 70 e 80.

Cabe destacar que naqueles tempos, as técnicas de preparação física e fisiológica e os salários dos jogadores não chegavam perto dos níveis atuais e o conforto e o número de vôos internacionais era muitas vezes inferior. Muitas das viagens eram feitas de navio, durante, por vezes, sete a dez dias. Chegavam, calçavam as chuteiras, guardavam na rede por diversas vezes a bola pesada de couro costurada à mão, levantavam as pesadas taças e ainda tinham tempo para a cachaça na festa de comemoração.

Hoje, jogadores medíocres, inebriados pelo sucesso fácil que faz de Valeska Popozuda uma filósofa, buscam em desculpas descabidas como esta, o motivo da falta de habilidade e competência para entregar os resultados que torcedores e diretoria deles esperam.

Para piorar o coreto, a emenda dada por pretensos comentaristas esportivos é desanimadora. Repetem a toda hora que o fato de o Flamengo ser itinerante contribui com seu desempenho pífio nos campeonatos que disputa. A inteligência rara destes faladores de abobrinhas contribui com o acobertamento da real causa da pobreza tática e técnica que o nosso time tem apresentado.

Faltam opções no elenco. Esta é a segunda desculpa mais ouvida. Será? No primeiro trimestre o Flamengo tinha mais de trinta jogadores. Jogamos o estadual com o primeiro, segundo e até terceiro time. Quantas outras opções são necessárias a um treinador para formar seu time?

Felizmente, problemas com atrasos de salário não são mais apontados como desculpa, pois não costumam mais acontecer desde o início da administração responsável de Bandeira de Mello.

Chega de desculpas! É óbvia a limitação técnica da equipe, dado sufocamento da capacidade de investimento do clube, empenhado em pagar sua dívida colossal. Ainda assim, o Flamengo é um dos clubes com a maior folha salarial do país.

São frequentes os exemplos de clubes com baixíssimo investimento, apresentando qualidade técnica e tática que deveriam ser modelo para os grandes e tradicionais clubes. Ano passado, Goiás, Atlético PR, Vitória e Botafogo com menos dinheiro montaram equipes que se destacaram nacionalmente. O Ituano, atual campeão paulista, paga a todos os seus jogadores menos do que o Carlos Eduardo ganha sozinho no Flamengo.

Para ser bem direto, os problemas do clube hoje são: contratações em excesso, com pouco resultado, time mal treinado e pessimamente mal preparado fisicamente. Preocupante também é o descaso e a desmotivação evidente na expressão e no comportamento de grande parte dos jogadores.

É hora de sermos mais assertivos na reposição de jogadores, definirmos um modelo e um padrão de jogo e treinarmos esses projetos de atleta que ganham muito pra jogar rachão. Ganham os milhões pagos pois alguém paga, mas precisam retribuir com mais suor e responsabilidade.

Nós, torcedores, não deixemos de fazer nossa parte. Independente de quem vista o manto sagrado, o Flamengo será sempre o Flamengo e nós, flamenguistas, os únicos que entregarão ao clube, sem desculpas, o amor e a paixão incondicionais que nos fazem a maior do mundo.

FLAVIEW

Coluna do Flamengo

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