O desastrado debate entre a mulher do árbitro Marcelo de Lima Henrique, e seus amigos (?) que a acompanham no Facebook é a cereja do bolo de um campeonato marcado pelas situações mais esdrúxulas possíveis. Uma competição abandonada deliberadamente por um dos grandes. Uma competição na qual o time de maior torcida do Brasil levou módicas trezentas e poucas ao estádio em dia de jogo. Uma competição na qual o pequeno que faz mais pontos não ganha o tal torneio de consolação que premiaria o time de menor investimento que produzisse mais.
Polêmica em relação à arbitragem não é novidade. Aquela bola do Douglas que entrou muito mas não foi confirmada é a maior delas. Contudo, a confusão com o apito seguiu com várias más atuações dos árbitros, sob a complacência da Federação e de sua comissão de arbitragem, dirigida por Jorge Rabello, que em seus tempos de árbitro estava longe de ser dos melhores. Bem longe, aliás.
Mas a novidade agora é a senhora Sandra Henrique, que levantou uma bola confusa em discussão com seus “amigos de Face”. Ela é Vasco, foi o que entendi, mas em poucas linhas disse que se sua equipe não vencesse, comemoraria o novo vice-campeonato. Falou de dinheiro. Uma confusão danada.
Não importa o estranho jeito de torcer de Sandra Henrique. Importa que ela expôs seu marido numa semana já complicada por natureza. Se sua intenção era fazer defesa prévia de Marcelo, lembrar que ele é humano e pode sim errar, seu tiro saiu pela culatra. Diante da desastrosa atuação de Rodrigo Nunes de Sá, a presença do experiente Marcelo de Lima Henrique era esperança de um mínimo de competência no comando da partida decisiva. Era.
Consta que Marcelo de Lima Henrique é o “melhor árbitro do Rio.” Diante do nível da arbitragem brasileira e, em especial a carioca, isso está distante de ser confirmação de grandes qualidades. Melhor ou menos ruim, Henrique terá de administrar uma semana daquelas. Já disse ao jornal “Extra”, que não vai levar a mulher ao jogo. Criticou publicamente a atitude da companheira. Lavou roupa suja fora de casa.
Babado forte. E como fica a cabeça deste homem diante de tanta pressão externa e no próprio lar?
A Ferj diz que não muda a escalação do árbitro. Então, torcemos para que Dona Sandra esqueça seus seguidores (ou seriam perseguidores?) e resolva suas querelas com o marido no aconchego do lar. Já bastam os problemas que ele terá domingo diante de jogadores mal educados e técnicos nervosos.
Essa história de Dona Sandra e Marcelo Henrique me lembrou, por um segundo, um filme chamado “Dormindo com o inimigo”, estrelado por Julia Roberts. Desculpe. Talvez haja exagero na comparação.
A vascaína Sandra voltou à carga terça-feira e diz que vai torcer pelo juiz. Ela, eu não sei. Mas eu vou. Boa sorte, Marcelo de Lima Henrique.
Fonte: Blog do Paulo Julio Clement