Uma das minhas frases-guia, nesse longo tempo acumulado correndo pra cima e pra baixo atrás do Flamengo, chega a parecer irônica de tão cruel. “Jogo fora é pra perder”.
Saber, saber o tio não sabe, mas acredito que a nossa experiência dos últimos… digamos… dez anos, se contarmos só os resultados obtidos em jogos na casa do adversário, devem corroborar essa teoria.
Acho até que a frase deve ter surgido para responder a um daqueles chatos que sempre acham que meu amor pelo Flamengo é condicionado às vitórias. Muito comum, após uma viagem para acompanhar o time, aquela tradicional pergunta em caso de resultado adverso: “valeu ir tão longe pra ver o time perder?”.
Aí a frase resume e serve direitinho pra espantar esses malas de plantão. Em algum momento a criatura acaba entendendo que eu tenho plena consciência que, com as probabilidades jogadas na mesa, a chance de uma derrota fora de casa é bem alta. Ainda mais em um campeonato equilibrado como o Brasileirão.
O que dizer então desse derradeiro jogo contra o Corinthians no Pacaembu, antes da mudança deles em definitivo para o eternamente em construção Itaquerão?
Jogo lá, em despedida da “Saudosa Maloca”, frase estampada em uma das muitas bandeiras gigantes expostas na festa dessa tarde de domingo.
Claro que fui pra lá com aquela vontade danada de jogar um belo balde d’àgua no chope da Fiel. E quem de nós não estava com esse plano de dar um presente de grego?
Aí você toma um gol cedo… Aí o Flamengo não faz uma apresentação exatamente memorável… Aí o Léo Moura é expulso… Aí não dá mesmo né?
Foi igual final de novela. Infelizmente fomos apenas coadjuvantes. Corinthians faz festa para se despedir do Pacaembu e festeja a derradeira vitória em seu palco favorito. Tudo como esrava no roteiro.
Nem dá pra reclamar. Apesar de jogarmos até melhor quando ficamos com um a menos, no saldi geral deixamos muito a desejar, mais uma vez, no quesito futebol.
Semana que vem recebemos o Palmeiras para o nosso primeiro jogo em casa nessa edição do Brasileirão, já que na estreia os Smurfs inventaram de jogar lá em Brasília. Seria de bom tom que a desinteressada e interesseira a um só tempo Nação Rio desse as caras no estádio.
Não acredito nessa possibilidade. Essa já é uma outra novela de capítulos bem previsíveis. Assunto para um outro texto.
Terminam nesse domingo duas novelas. Uma fez parte da minha vida de torcedor. Estou há tempos nisso. Já vi até o Flamengo perder pro Corinthians no Pacaembu com gol contra do Casagrande. Outra que chega ao fim de vez é a do Elias. Novela chata e de capítulos repetitivos, cujo epílogo foi a sua aplaudida volta olímpica de apresentação para a Fiel.
Segue nossa novela no Brasileirão. Aguardemos os próximos capítulos e, como manda a tradição, vamos torcer por um happy end.
Fonte: Falando de Flamengo