A parada do Campeonato Brasileiro para a Copa do Mundo e a janela de transferências internacionais no meio do ano devem movimentar as negociações no Flamengo. E a movimentação deve acontecer para ambos os lados: entrada e saída de jogadores. Pela projeção financeira do clube para 2014, está prevista uma receita de R$ 10 milhões com a venda de atletas. O Rubro-Negro também pretende reforçar o elenco, mas o vice-presidente de marketing Luiz Eduardo Baptista, o Bap, deixou claro que a contratação de craques não está nos planos.
No Encontro Anual de Parceiros do Flamengo, com a presença de dirigentes e patrocinadores, realizado no último domingo em um hotel em Copacabana, no Rio de Janeiro, Bap apresentou detalhes da programação financeira do clube. Em entrevista à ESPN, ele ainda usou o Atlético de Madri, campeão espanhol ao superar os milonários Barcelona e Real Madrid, como exemplo para mostrar qual é a prioridade da diretoria.
“Nós tomamos uma decisão depois de um ano de gestão, de focar muito fortemente no elenco. Futebol é um esporte coletivo, é muito importante você ter o craque, mas o craque sozinho não ganha jogo. Ontem (sábado) eu estava vendo o jogo do Barcelona contra o Atlético de Madri. O Atlético com um time estropiado e do outro lado o Barcelona com Neymar e Messi em campo, e o Atlético mesmo assim foi campeão. A força do elenco é absolutamente fundamental, nossa prioridade vai sempre ser o elenco”, afirmou o vice de marketing, que ainda explicou que a chegada de um nome de peso dependeria de uma ótima oportunidade de mercado.
“Se a gente descobrir um grande craque dentro das nossas possibilidades, de acordo a se engajar no projeto do Flamengo e ser mais um nessa construção do elenco, vai ser sempre muto bem-vindo. Como torcedor, a gente também gosta do craque, é bom”.
Na projeção financeira de 2014, o Flamengo prevê arrecadar no ano um total de R$ 342 milhões, um aumento de 25% nas receitas em relação a 2013. Deste valor, R$ 10 milhões seriam faturados com a venda de atletas. De acordo com dirigentes do clube ouvidos pela reportagem, essa quantia poderia ser atingida pela soma de negociações de mais de um jogador.
No início desta temporada, o Fla já poderia ter assegurado esses R$ 10 milhões se tivesse vendido o atacante Hernane, de quem tem direito a 50% dos direitos econômicos. Em janeiro, o clube receberia cerca de R$ 9,75 milhões da proposta feita pelo Al Jazira, dos Emirados Árabes, mas o acordo não foi fechado. Em fevereiro, foi a vez do Shangai Shenhua, da China, oferecer R$ 11,2 milhões ao Fla, mas o negócio também não se concretizou.
O evento do último domingo apresentou as ações financeiras e de marketing do clube e, além de Bap, também contou com discursos do presidente Eduardo Bandeira de Mello e do diretor executivo Paulo Dutra.
Tendo como prioridade recuperar as finanças da equipe da Gávea, a atual gestão tem a missão de equilibrar o controle das dívidas antigas com a necessidade de reforçar o time de futebol. Ciente dos protestos da torcida rubro-negra, que xingou a diretoria e cobrou reforços após a derrota para o São Paulo, por 2 a 0, Bap explicou que a contratação de craques faz parte de um projeto a longo prazo. Para qualificar o elenco já no meio deste ano, o Fla está fazendo uma varredura no mercado internacional, mas teria no máximo R$ 10 milhões para gastar.
“Craques com certeza vão vir, mas vai ser um processo. É como um bebê, não sai com dois, três meses, você tem que esperar nove meses para ficar pronto. Aqui nossos craques também vão surgir, mas com o tempo”, disse o vice de marketing do Fla.
Fonte: ESPN