O Flamengo atuou muito mal no 1° tempo.
A escalação do time e a proposta de jogo foram contraditórias.
Até agora não entendi se os jogadores não obedeceram Jayme de Almeida ou se o técnico falhou feio.
O Palmeiras, mesmo cometendo diversos erros, aproveitou a situação e foi para o vestiário em vantagem.
O treinador do Rubro-Negro corrigiu o problema de sincronia tática com as características dos atletas quando colocou Lucas Mugni.
Sob o comando do argentino, o time deu um baile depois do intervalo e venceu com muita tranquilidade.
Desconfio que o coro dos insatisfeitos com Kleina vai aumentar.
A forma como o Palmeiras foi derrotado, sem esboçar reação, com vários atletas cometendo falhas simples em passes curtos, substituições que não melhoraram o futebol do time, e sendo dominado pelo adversário na parte tática após o período de descanso, vai acabar em cobranças cada vez mais intensas por parte da nação alviverde.
E, de fato, ela tem razão para reclamar.
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Jayme de Almeida deixou Lucas Mugni no banco e começou com Negueba entre os titulares.
Abriu mão de toque de bola no meio e montou sistema ofensivo mais veloz.
Montou o time no 4-4-2 com Nixon, na direita, e Alecsandro na função de centroavante.
Negueba jogou aberto, do lado esquerdo do meio de campo que teve também Cáceres, Márcio Araújo e Paulinho.
Gilson Kleina promoveu a estréia do centroavante Henrique.
O comandante recuou Marcelo Oliveira para formar a dupla de zaga com Lúcio e escalou o meio-de-campo com Serginho, Josimar, Wesley e Leandro.
Valdívia atuou à frente deste quarteto. foi quem ficou mais perto de Henrique.
Flamengo contraditório
Basta olhar as características dos jogadores do meio-de-campo e ataque de ambos os times para entender qual era a postura que deviam adotar.
O Rubro-Negro tinha mais velocidade e o Alviverde maior capacidade para trabalhar com a bola.
Havia duas opções para o Flamengo: ou marcava a saída de bola para evitar que o meio de campo palmeirense ficasse com ela, ou esperava na linha que divide o campo para atuar de maneira mais compacta, atrair o adversário e levá-lo a deixar espaços para os contra-ataques com Nixon, Negueba e Paulinho, além do centroavante Alecsandro.
Mas os comandados de Jayme de Almeida tentaram jogar com a bola no 1° tempo.
Perderam a disputa no setor porque os atletas escolhidos pelo treinador têm menos qualidade no passe que os do Palmeiras.
Nenhum deles era capaz de pensar o jogo.
A proposta de jogo conflitava com a escalação da equipe.
Outro problema foi o posicionamento defensivo errado.
As linha da defesa e do meio de campo estavam distantes uma da outra.
Palmeiras aproveita
O Alviverde tirou proveito deste espaço que o Flamengo não ocupou na entrada da área e mereceu vencer os 45 minutos iniciais.
Ali, criou as melhores chances de gol.
Aos 11, fez 1×0 no chute de Wesley, livre, naquela região.
Ela foi bem na hora de finalizar, mas o arremate foi defensável.
Felipe chegou a tocar na bola antes de ela entrar no gol.
Torto
Apesar da superioridade palmeirense, o Flamengo empatou logo em seguida.
O sistema defensivo do Alviverde estava bagunçado.
Marcelo Oliveira, que atuou na zaga, foi marcar Nixon e Juninho, o lateral que deveria cuidar do atacante, estava atrás do companheiro, mas muito distante para fazer a sobra.
Nixon aproveitou, driblou Marcelo Oliveira como muita facilidade, e cruzou.
A defesa deu rebote e Paulinho entrou na área livre para chutar e empatar.
Um dos volantes do Palmeiras tinha que acompanhar o autor do gol, mas Josimar (salvo engano era ele) foi ajudar Lúcio, Wesley estava de olho em Negueba e Juninho, pessimamente posicionado, servia apenas como figurante no lance.
O Palmeiras ficou em vantagem de novo aos 30.
A marcação do Flamengo chegou atrasada em Wesley, Valdívia e Henrique, que estreou e balançou a rede graças à jogada bem construída por seus companheiros.
Por que?
O Palmeiras, mesmo vencendo, deu espaços para o Flamengo contra-atacar.
Repito: o Rubro-Negro só tinha esta opção para fazer o gol com a bola rolando.
Por que o lateral Wendel foi toda hora ao ataque e Juninho, sabendo que Nixon ficava perto e tinha liberdade para ajudar pouco o sistema defensivo, também?
Tenho muita curiosidade de saber se isso aconteceu por falta de leitura mínima, pois a situação era óbvia, de jogo do Gilson Kleina, ou se o lateral não entende o que se passa em campo e toma decisões por conta, hipótese que que parece mais palpável.
Fim do conflito
O Flamengo voltou para o 2° tempo com Lucas Mugni no lugar de Nixon.
O time precisava atacar e ter a posse de bola ofensiva.
O argentino, com características de meia, está acostumado a fazer isso.
Paulinho e Negueba podiam manter a velocidade pelos lados.
A mudança encerrou o conflito e entre a proposta de jogo e as características dos atletas escolhidos por Jayme de Almeida.
E o confronto ficou totalmente diferente.
Baile do Flamengo
Fernando Prass se machucou e Bruno, criticado por boa parte da nação palestrina, entrou no jogo quando restavam dois minutos para o período de descanso.
O Palmeiras levou um baile e três gols depois do intervalo, mas o goleiro não teve culpa.
O Flamengo adiantou a marcação, impediu o adversário de fazer a transição da defesa ao ataque com a bola no chão e comandado por Lucas Mugni deu um baile.
O bonito e inteligente toque de calcanhar do hermano para André Santos desmontou o sistema defensivo do Palmeiras e permitiu que fosse criado lance do gol de Marcio Araújo.
Aos 14, Mugni acertou lançamento perfeito para Alecsandro, o atacante ganhou na velocidade de Lúcio, e virou o placar.
Marcelo Oliveira estava mais adiantado que o necessário e não se recuperou em tempo.
Inútil
Ao ver o Palmeiras sem nenhum esboço de reação e perdendo, por muito, o duelo no meio de campo. Kleina tirou Serginho e colocou Marquinhos Gabriel.
A substituição não surtiu efeito.
O jogo continuou quase igual.
A única diferença foi o recuo do Flamengo, que abandonou a marcação na saída de bola e começou a se defender na linha que divide o gramado.
Em suma, trocou a postura de atacar pela de contragolpear.
O time de Jayme de Almeida continuou levando perigo contra o gol de Bruno.
Atípico
Aos 27, Alecsandro balançou a rede outra vez.
Wallace arrancou com a bola do campo de defesa depois do passe errado de Marquinhos Gabriel, driblou Marcelo Oliveira e Lúcio, e tocou para o centroavante.
Devo elogiar o zagueiro pela jogada típica de meias e atacantes rápidos, ou questionar os marcadores que permitiram ao zagueiro sem tanta habilidade executá-la?
E Marquinhos Gabriel que estava descansado, correu atrás dele, e não o alcançou?
Por justiça, não posso deixar de aplaudir Wallace e criticar os marcadores.
Na mesma
Aos 32, João Paulo entrou no lugar de Negueba.
Jayme de Almeida escalou o ala na esquerda para marcar em frente ao lateral André Santos e manter a velocidade do contra-ataque daquele lado.
Cinco minutos depois, Medieta substituiu Wendel.
Wesley foi deslocado para a lateral-direita.
O confronto seguiu na mesma toada, tranquilo para o Flamengo, e com o Palmeiras sem achar caminhos para recomeçar a jogar futebol.
O Alviverde, tal qual se diz no futebolês, não voltou para o 2° tempo.
Lembro que o Rubro-Negro havia sido mandante contra o Goiás e visitado o Corinthians, e quando foi mandante, e não tinha feito gol no campeonato brasileiro.
Resultado justo
O único erro da arbitragem que merece ser lembrado foi um impedimento mal marcado no ataque do Flamengo.
O time venceu apenas por seus méritos e erros do Palmeiras.
O resultado, por isso, foi justo.
Os destaques
Destaco Lucas Mugni e Alecsandro e Cáceres como melhores em campo.
O argentino mudou o jogo, o centroavante foi decisivo nas finalizações e o volante anulou Valdívia no 2° tempo.
O chileno ficou perdido depois que o paraguaio começou a marcá-lo de perto.
Fonte: Blog do Birner