Acreditar na mudança, confiar em uma nova administração, esperar por dias melhores. Sim, quem aqui não teve um fio de esperança em novos tempos, que atire a primeira pedra. E foi com essa proposta de austeridade, – palavra esta que fez muito rubro-negro redescobrir o dicionário – que a chapa azul sentou o lombo na Gávea. Expectativa, ansiedade, apoio. Nos pediram um tempo, nos pediram calma, nos pediram para esperar. Compramos a ideia. E a areia vai descendo lentamente da ampulheta, correndo contra o desespero e o azar. E olha que um título nacional e, 2013 e outro estadual em 2014, ambos mais na base da sorte do que competência, deram um respaldo subliminar aos gestores do clube. Perdeu-se jogadores, ganhou-se Certidões Negativas. Patrocínios que pagam dívidas, valores de ingresso que saciam convênios. E a torcida do Flamengo, nem tão paciente quanto Jó, assiste ao naufrágio sem entender o que realmente possa significar a palavra profissionalismo. Financeiramente o clube vai se ajustando, mas que bonito, mas que beleza. E dentro de campo, o futebol maior gerador das receitas, temos um time que vai se apequenando rumo a uma tragédia anunciada. O amadorismo profissional de nossos administradores está tornando o esporte, seu bussiness. Nosso time é uma merda. Elenco fraco, cheio de vícios, sem brios. Jogadores mimados, despreparados e um treinador que, ora convenhamos, não vale o quanto pesa e sequer pode fazer mágica. Mas, e daí? As contas estão sendo pagas, as dívidas sanadas e a sorte lançada. Quem sabe a gente não se salva pelas mãos de São Judas? Calma, mas pra quê pânico. Os jogadores vão relaxar nessas férias de Copa do Mundo e a gente fica frio colecionando álbum de figurinhas. O Flamengo não é movido apenas pelo basquete, único motivo de orgulho destas cores. Nem dá para juntar o remo ou a bocha neste bolo e torcer até ficar rouco. Não! O que gera receita, o que renova a torcida, o que move a paixão, é a bola no pé e o grito de gol. Ninguém se associa, faz plano de amor, porque a ginástica do clube faz palpitar forte o coração. É a porra do futebol. E não me venham falar de verba! Até porque, este time é mais caro que aquele que tinha o Ronaldinho Gaúcho. Ora, então qual é o problema, diretoria? Não me venham falar de inflação neste período, tá? O problema, a meu ver, sãos as decisões equivocadas e as contratações ridículas. Renovar com ancião, trazer jogador do interior, contratar ex-jogador em atividade, apostar em fracasso… Hum… matei! O ‘X’ da questão é: conhecimento sobre gestão do futebol. E isso não se aprende fazendo curso por correspondência. Então reformulem, demitam, contratem! Façam o certo e a preço justo. Austeridade com inteligência. E tudo isso, antes que o nosso Flamengo se transforme em mais uma chacota nacional, mais por pura falta de competência do que por profissionalismo. Fonte: Falando de Flamengo