Cartas na Mesa!

Não participo da política do clube. Não recebo favores da situação ou da oposição. Nenhum tipo de presente, ingresso, camisa, dinheiro, título ou convite para cargo algum. Escrevo porque gosto e por amor ao Mengão, sem receber coisa alguma em troca. Não tenho rabo preso com ninguém, sou sócio-torcedor ativo há mais de um ano, sou cidadão rubro-negro há mais de quarenta, sou consumidor assíduo das lojas licenciadas, comprando produtos para mim, para meus filhos e para dar de presente a parentes e a amigos. Por isso, posso falar o que penso livremente.

Não sou contra a diretoria. Pelo contrário. Sempre defendi a política de austeridade financeira que a nova diretoria montou. Creio que o caminho é esse. Com contas em dia e com credibilidade podemos fazer melhores negócios. Bato palmas aos azuis por conseguirem resgatar o crédito do Flamengo.

Mas também defendo o planejamento e a sabedoria de quem sabe contratar e montar uma equipe. E isso é o que está faltando. Reservo-me o direito de criticar as bobagens que fizeram e que não assumem. Não para tumultuar, mas para buscar melhorias. Repito: Wallim disse que com 50 ou 60 mil sócio-torcedores teríamos um time forte. Tivemos 65 mil. Cadê o timaço?

Não quero a Patrícia Amorim de volta. Não quero o Márcio Braga de volta. O que eu quero é o Flamengo grande, gigante, independente de quem sente naquela cadeira. O que eu quero é comando, pulso, decisão. O que eu quero é que assumam o erro e procurem acertar. O que eu quero é comprometimento. Raça, amor e paixão. O que eu quero é o melhor para minha nação. O que eu quero é o direito democrático de elogiar quando for a hora e de criticar quando for o momento.

Não menosprezo os títulos conquistados. Apenas disse que a Copa do Brasil não é um Campeonato Brasileiro. Que nada adiantaria ganhá-la se tivéssemos caído para a segunda divisão; e, mais uma vez, estivemos bem próximos disso. O título é importantíssimo, foi a Copa do Brasil mais difícil que já vi, e foi fantástico exatamente por isso: o time era fraco e conseguiu chegar lá na base da raça e, em vários momentos, da sorte. Mas isso é o suficiente? Quantos anos levaremos para ganhar outro Brasileiro? Mais 17? E outra Libertadores? E outro Mundial? É utopia desejar mais? Desejar títulos mais expressivos é menosprezar os outros? Eu valorizo até campeonato de cuspe a distância, mas quero muito mais.

Alguém acreditava que a equipe que terminou o ano passado seria capaz de vencer a Libertadores da América? Alguém? Todos sabíamos da necessidade de reforços. Todos sabemos da necessidade de laterais e, principalmente, de um meia armador criativo bom e que mantenha regularidade, ou seja, nosso tradicional camisa 10.

Disse, também, que ficaremos 45 dias na Zona de Rebaixamento. É claro que é o período de paralisação. Óbvio. Falei isso porque é o tempo que teremos de aturar os arcoirianos enchendo o saco. Não sei quanto aos outros, mas não gosto de dar chances a eles para nos zoarem. E nós demos! Porque o time é fraco, soberbo e, agora, além de tudo, é descompromissado e sem raça.

Eu disse, ainda, que escolhi acreditar. Sim, escolho acreditar que as decisões surtirão efeito. Que o Felipe Ximenes saberá fazer o que o Pelaipe não soube: montar uma equipe com criatividade, ousadia e inteligência dentro da política financeira adotada pela atual gestão. Elogiarei se conseguir e criticarei se não. Sempre apoiando, seja como consumidor, sócio-torcedor ou cidadão rubro-negro.

“Eu só sou responsável pelo que eu falo, não pelo o que você entende”. Dito isso, não sei onde fui irracional e oportunista, muito menos onde plantei mensagens subliminares ou obscuras. Críticas infundadas? Distorção? Apelação? Depreciação? Pode ser que tenham lido meu texto pensando que sou contra o Flamengo e, em assim sendo, chegaram a essas conclusões. Não sou. Sou Flamengo de corpo e alma, até morrer. Se critico é porque quero que nossos dirigentes aprendam com seus erros e procurem acertar. Não sou oposição, mas também não sou situação. Não sou azul, branco, vermelho ou sei lá. Sou rubro-negro. Mas torço para que os azuis acertem, que consigam melhorar sempre mais, que alcancem a grandeza que, acredito, almejam. Porque sou, e sempre serei, Flamengo.

Por Fabrício Mohaupt

fabricio@magiarubronegra.com.br
@titomohaupt

Fonte: Magia Rubro-Negra

Coluna do Flamengo

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