O Dia dos Namorados é a data ideal para celebrar o amor. Não haveria dia melhor, então, para a torcida brasileira reforçar sua paixão pela Seleção. Sem vaias e contrariando o rótulo de região mais crítica do País, os torcedores de São Paulo e do restante do mundo que foram à Arena Corinthians deram apoio ao time de Felipão na vitória por 3 a 1 de virada sobre a Croácia, pela abertura da Copa do Mundo. Mas nem tudo foi alegria: antes de a bola rolar e durante o jogo a presidente Dilma Roussef foi duramente hostilizada.
Decisivo com dois gols, sendo um deles de pênalti, Neymar saiu ovacionado de campo, substituído por Ramires nos minutos finais. Cenário bem diferente do encontrado no Morumbi na sexta-feira passada, quando a Seleção venceu a Sérvia por 1 a 0, e o craque foi vaiado – após o jogo, chegou a reclamar da postura de parte dos torcedores.
A emoção tomou conta da Arena Corinthians no hino nacional. Assim como durante a Copa das Confederações, o time se abraçou no gramado e cantou junto com a torcida toda a canção, incluindo o fim da segunda parte, cortada pela Fifa. Tal atitude deixou os olhos do veterano Julio César e do capitão Thiago Silva cheios de lágrimas. Ainda antes do apito inicial, houve tempo para seguranças do estádio retirarem a faixa de uma torcida organizada do Corinthians no setor Leste.
Pulsando, o estádio sofreu um baque no gol contra de Marcelo, logo aos 11 minutos. Apesar da tensão quase palpável no ar, a primeira reação foi de incentivo para levantar o time em busca da virada. E o empate não demorou a sair vindo do pé esquerdo de Neymar, aos 28 minutos. A bola beijou a trave do goleiro Pletikosa antes de entrar, para deixar tudo ainda mais sofrido.
No segundo tempo, o ânimo da torcida chegou a esfriar. Tanto que os croatas, em bom número no estádio, chegaram a ser ouvidos. Mas foram abafados quando Fred caiu na área, e o pênalti foi marcado equivocadamente a favor do Brasil. O segundo gol de Neymar, o da virada, levou a torcida ao delírio.
A partir daí, tudo virou festa, mas as vaias para Dilma não calaram. A rápida aparição da presidente no telão comemorando o segundo gol foi prontamente hostilizada pelos torcedores. Nem mesmo o terceiro gol de Oscar, a “ola” nas arquibancadas e até um princípio de “olé” fizeram os brasileiros poupá-la.
No fim sobraram aplausos para a Seleção de Felipão, que reforça o caso de amor entre time e torcida a cada nova partida. Já a presidente deixou a Arena sem nenhum afago dos 62.103 presentes no Dia dos Namorados.
Fonte: GE