Há muito tempo não me divertia tanto em uma Copa do Mundo.

Van Persie descobriu os poderes da água da Gávea. Ela dá asas!

Confesso que pra mim foi surpresa. Há muito tempo não me divertia tanto em uma Copa do Mundo. E o fato dela estar sendo disputada aqui no Brasil pouco influiu nessa constatação. Estou me divertindo porque essa Copa do Mundo tem nos oferecido em doses generosas um produto que anda escasso no país há um cacetão de tempo: bom futebol.

Nós que gostamos de futebol e que sofremos constrangidos com a perebice endêmica que tem sido a característica principal dos nossos campeonatos rastaqueras temos nos deliciado com a bola rolando o tempo todo, as poucas faltas, quase nenhuma cera, zero violência e grandes jogos. Não é nenhum exagero dizer que nos últimos três dias tivemos a oportunidade de ver mais futebol na Copa do Mundo do que durante toda a última temporada brasileira.

Não digo isso como acusação aos nossos boleiros, pobres deles que nada podem fazer. A verdade é que para termos um grande futebol é imprescindível que tenhamos grandes jogadores e, ao contrário do que acontece com os clubes brasileiros, a Copa do Mundo consegue reunir grandes jogadores em uma quantidade jamais vista por aqui em Pindorama.

Grandes jogadores são os caras que fazem as grandes jogadas, acertam passes, cruzamentos, lançamentos, marcam golaços. O Brasil há anos envia pra Europa os seus melhores jogadores e com isso o que nos resta de material humano para jogar nossos campeonatos é insuficiente para suprir as nossas necessidades. O brasileiro, como qualquer europeu, africano ou oriental, gosta de ver os craques jogando. E sente um banzo incurável do drible, da matada perfeita, da genialidade e da humildade em gol que desapareceram dos nossos gramados.

Falando em gramados, os relvados brasileiros não viam tantos passes certos assim desde que desmontaram o Flamengo de 81. E os cruzamentos? Blind da Holanda, Candreva da Itália, Rooney dos beefs e Aurier da Costa do Marfim nos fazem acreditar novamente no poder do cruzamento na medida e esquecer os patéticos chuveirinhos em que morrem 80% dos ataques dos times brasileiros.

Viva a Copa do Mundo. Uma festa que deveria ser do futebol e de nada mais. Que ela sirva de exemplo pros que aqui estão e que o Brasil, o país e não a Seleção, volte a jogar bola. Porque é disso que o povo gosta.

Fonte: Urublog

Coluna do Flamengo

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