No clima da Copa – parte 1.

Os jogadores do Flamengo voltaram das férias extras sem mudanças. Até o momento ninguém foi contratado, apesar das muitas especulações. Esta notícia por si só já seria uma bomba, não fosse um detalhe: ninguém está nem aí para o Campeonato Brasileiro, nem eu. O assunto agora é somente Copa do Mundo. E os meus próximos artigos vão neste sentido, no “clima da Copa”.
Muitos gols e bons jogos, alguns excelentes, nas duas primeiras rodadas: Brasil 3×1 Croácia; Holanda 5×1 Espanha; Uruguai 3×1 Costa Rica; Itália 2×1 Inglaterra; Suíça 2×1 Equador; França 3×0 Honduras; Alemanha 4×0 Portugal; Holanda 3×2 Austrália; Alemanha 2×2 Gana; EUA 2×2 Portugal e até, quem diria, Argélia 4×2 Coréia do Sul, foram alguns destes jogos, até o momento. Findada a primeira metade das partidas que teremos na competição, já temos 94 gols em 32 jogos, média de 2,94 gols por partida.
Só para comparação, a média da última Copa, em 2010, foi de 2,27 gols por jogo; em 2006 foi de 2,3 e em 2002 de 2,52. A última vez que tivemos uma média de gols tão alta foi na Copa do Mundo dos Estados Unidos, em 1994, com 2,71. A última com média acima da atual foi na Copa do México, em 1970. Na Copa do Tri, a média foi de 2,97 gols por partida.
A continuar esta média, teremos o maior número de gols marcados numa única edição de Copa. O recorde pertence à de 1998, na França, com 171 gols no total. Se os atacantes mantiverem a pontaria, poderemos chegar próximo aos 200 gols marcados, o que seria espetacular (quem sabe até não ultrapassamos essa marca antes inimaginável?).
As dificuldades da Seleção canarinho e a festa na Fan Fest
A primeira partida do Brasil na Copa foi um sufoco, em todos os sentidos. Capital paulista completamente parada, trânsito caótico (apesar do feriado), metrô e trem lotados e uma festa imensa que tomou a cidade de norte a sul. Assisti ao jogo na FIFA Fan Fest, no Vale do Anhangabaú, ponto de encontro tradicional dos paulistanos em Copas do Mundo. Organização ruim, cerveja quente (até o intervalo do jogo, depois nem isso), mau posicionamento do telão (o que deixava as pessoas aglomeradas apenas no meio do espaço, gerando tumulto e muito aperto desnecessário); banheiros com localização horrível, “churrasquinho de gato” e água mineral à R$ 5,00. Mas tirando o preço “padrão FIFA” e a organização “Made in Brazil”, foi tudo um espetáculo. Pessoas do mundo inteiro, idiomas que nunca pensei ouvir na vida, todos querendo ver muitos gols, vitória do Brasil (a exceção dos croatas) e um show do novo xodó mundial: Neymar.
A partida foi difícil, o Brasil entrou nervoso, sem entrosamento e com Hulk e Fred num dia ruim (os dias ruins dos dois tem se multiplicado). Por sua vez Oscar esteve iluminado em boa parte do jogo, principalmente no segundo tempo e Neymar, apesar da grande marcação e da limitação de espaço, além da pressão da sua estreia em Copas, esteve com uma vontade há muito não vista por um camisa 10 da Seleção. A nota interessante é que foi o 1º gol de um camisa 10, em Copas, desde Rivaldo na Copa de 2002. É difícil de acreditar que uma camisa que já vestiu Pelé e Zico tenha ficado duas Copas seguidas sem vestir um jogador com condições plenas de usá-la. Acho que está bem entregue ao garoto Neymar (lembrando que o jogador é o segundo mais jovem a vesti-la, só perdendo para o próprio Pelé, em 1958).
O segundo jogo não é digno de muitos comentários. Quatro lances importantes no jogo inteiro, com quatro defesas do goleiro do México (duas difíceis e duas que nem precisou sair do lugar), que foi escolhido o melhor goleiro da partida. Com todo o respeito à posição, mas quando um goleiro é escolhido o melhor jogador de uma partida, ainda mais em uma competição tão importante, é porque algo deu muito errado. Ou então o goleiro fez várias defesas dignas de placa e DVD para mostrar para o netos, o que não foi o caso.
Daqui a pouco jogaremos contra a pior seleção da Copa, no pior momento da história de Camarões em Mundiais. Brigas internas e com a Federação de Futebol do país, suspeitas de que existam prostitutas na concentração, péssimas partidas, defesa e ataque horrorosos… Menos de 4×0 já seria vergonhoso, imagina uma eliminação em casa. Sem cogitação. A segundona será mais um dia de festa pelo país.
Sacaneando um argentino “inconscientemente”
Voltando para casa há cerca de dois dias, por volta da meia-noite, passava pela Estação Pinheiros, em direção à linha 9 Esmeralda da CPTM, quando um “hermano” me parou e perguntou algo parecido como “linha verde… Vila Olímpia”
– Você quer saber como pegar a linha verde? – Perguntei.
– No intiendo.
– Linha verde?
– Si, si.
– Desce – apontando para as escadas rolantes. E continuei: – Metrô, subway… Linha Amarilla (tentando fazer sotaque castelhano). Sentido Luz… Desce na Estação Paulista… Paulista Station..
– Gracias, gracias… – e foi embora correndo.
Acreditando ter feito uma boa ação, continuei andando rápido, já que o último trem estava prestes a chegar. No meio do caminho me dei conta que a Estação Vila Olímpia não ficava na linha Verde e sim na Linha 9 Esmeralda (esta justamente a linha que eu utilizo todos os dias para ir e voltar do trabalho). Mas também não é minha culpa se o “Hermano” acha que linha verde e esmeralda são a mesma coisa (apesar das cores no mapa serem parecidas, as linhas sequer se cruzam). Resumindo: mandei o argentino para dezenas de quilômetros de distância de onde queria ir, muito próximo do horário de encerramento das estações. Acho que o “muchacho” teve que dormir no Metrô. Com sorte conseguiu chegar em casa a tempo de ver o gol de Messi, no dia seguinte. Ele terá motivos de sobra para detestar mais ainda os brasileiros quando voltar para a Argentina. Fui para a casa torcendo para que o argentino estivesse realmente procurando a linha verde (quem sabe quis dizer “Vila Madalena” ou invés de “Vila Olímpia”?). Vai saber…
Mas só este caso já demonstra o quão desorganizado está o mundial fora dos estádios. Faltam funcionários bilíngues que deem informação para os turistas; faltam placas e mapas dentro e fora das estações de trem e metrô e nos terminais de ônibus (na hora que dei a informação, olhei para os lados para ver se via algum mapa colado nas paredes da estação e não encontrei). Apenas placas com dizeres “Subway”, “Arena Corinthians” e “Fan Fest”, com uma ou outra seta, tem se tornado um transtorno para os “gringos”. Se em São Paulo, que tem a maior rede metro-ferroviária do Brasil, com metrô e trem parando na “porta do estádio” e cinco estações a menos de um quilômetro da Fan Fest, está assim, imagine nas cidades que os turistas dependem exclusivamente, ou quase, dos ônibus municipais. Boa sorte para eles. SRN.
Daniel Mercer.
Coluna do Flamengo

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