Só falta o futebol.

Imagine a seguinte situação: você é o presidente do Flamengo. O seu vice de futebol coloca duas opções sobre a mesa: Contratar imediatamente Adriano, e Daniel Alves, laterais esquerdo e direito, respectivamente, do Barcelona e Diego, meia do Wolfsburg ou pagar R$ 163 milhões de reais em dívidas.

À nossa atual diretoria foi apresentada proposta semelhante. Para a grata surpresa de quem há tanto tempo sonhava com o dia em que homens sérios assumiriam nosso querido clube, a decisão foi tomada.

Despida de toda aquela demagogia com que nos acostumamos após anos de pilhagem de nosso patrimônio por usurpadores irresponsáveis, os Azuis fizeram história. Colocaram o Flamengo antes de seus egos. Enfrentaram a ignorância dos milhares acostumados ao jogo de farsa e ludibrio e resolveram fazer o que alguém um dia teria que fazer. Em menos de dois anos pagaram mais de R$ 160 milhões de reais em dívidas.

A marca da atual administração é a responsabilidade. Não brincar com o patrimônio de quarenta milhões. Trazer de volta o valor de nossas cores. Isto não se faz da noite para o dia. Decisões impopulares como as que têm sido tomadas são prerrogativas dos corajosos. Preços de ingressos, dos programas de sócio torcedor, contratações modestas e dentro da capacidade de pagamento são remédios amargos para a doença que nos acomete há décadas.

O fracasso do presente era esperado ante os maus-tratos infligidos a nosso amado clube por administrações anteriores, sempre empreendidas por aproveitadores que fizeram fortuna às custas de milhões de verdadeiros apaixonados.

Diante de tudo isso, deveriam ser injustas as críticas que faço e tenho visto fazerem em relação ao nosso departamento de futebol. É inegável o sucesso da Chapa Azul em quase todas as áreas do clube. Avanços têm sido vistos em todas elas, do marketing ao jurídico. Só falta o futebol.

Alguns questionarão: mas como fazer milagres sem dinheiro? Nunca falei de milagre. Penso que quem tem poder de operar milagres não perde seu tempo cuidando de times de futebol. Acredito sim no poder da competência, no planejamento e na organização. Quando faltam os recursos, prevalecem o talento e a criatividade.

Cito sempre o exemplo do basquete, orgulho da Nação. Com extremas limitações, salários atrasados há meses, montou-se um time equilibrado, com ótimos jogadores em todas as posições, objetivos bem definidos, patrocinadores exclusivos e o resultado, todos conhecemos.

Existem inúmeros exemplos de equipes medianas individualmente falando, que, baseadas na organização, no treinamento e na determinação dos jogadores, conquistaram grandes objetivos no futebol.

Ninguém espera que em momento de reestruturação e saneamento financeiro um time de superestrelas seja formado. Títulos importantes são improváveis. Mas organização tática, entrosamento, preparo físico e empenho de todos são elementos essenciais do jogo e os responsáveis por dar este padrão ao time são, em primeira instância, a comissão técnica e, em nível mais estratégico, os dirigentes do futebol.

Competência, não obstante o sucesso evidente de todas as áreas do clube, faltou ao departamento de futebol. Ao vice-presidente, por sua inexperiência e, em certos momentos, arrogância. Por sua demora em tomar determinadas decisões e pelo principal erro de demitir um treinador que apresentava limitações claras para dar padrão e competitividade à equipe de 2014 para contratar um pior, num momento tão delicado que o clube passava. Ao treinador por desarrumar ainda mais o já moribundo grupo de jogadores do Flamengo. Foram poucos jogos, é verdade, mas o suficiente para um bom profissional dar o padrão esperado a um elenco que, a despeito das limitações, é melhor do que vários que ocupam posições bem acima na tabela.

Que nas imerecidas férias desfrutadas pelos desalmados peladeiros que hoje vestem nossas cores, as mentes brilhantes que hoje nos governam levem ao futebol o modelo vitorioso que todos os departamentos têm implementado. Temos uma sede renovada, gramado de primeira, um time de basquete campeão, finanças saneadas, arrecadação crescente, patrocínios excelentes… só falta o futebol.

FLAVIEW

Coluna do Flamengo

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