Ao desembarcar de seu carro para a apresentação de Canteros como novo reforço do Flamengo, na última quinta-feira, o presidente Eduardo Bandeira de Mello sentiu na pele um dos muitos problemas do Centro de Treinamento George Helal, o popular Ninho do Urubu: precisou desviar das poças d’ água e do barro que tomava conta de um dos acessos aos gramados. A cena, ocorrida às vésperas de a paralisação das obras completar dois anos, corriqueira no dia-a-dia dos treinos, porém, parece estar perto do fim. Ao finalizar a captação de R$ 12 milhões, a direção espera dar início aos trabalhos para a conclusão dos módulos do futebol profissional ainda no mês de julho. Só assim, nas palavras do mandatário, a atual situação “precária” dará lugar a uma “estrutura de primeiro mundo”.
Foi em agosto de 2012 que a obra foi paralisada por falta de dinheiro. Desde então, a atual administração trabalha para arrecadar a quantia necessária para melhorar as condições de trabalho dos jogadores. Os chamados módulos 16 e 17 do projeto terão, em dois andares, salas para imprensa, comissão técnica, departamento médico e fisioterapia além de piscinas, academia, refeitório, auditório e os quartos dos jogadores.
– Estamos, realmente, prestes a retomar a construção. Na quinta-feira, haverá, o que espero, ser a última reunião com mais dois parceiros. Falta concluir a arrecadação de dinheiro. Queremos que a obra seja retomada ainda em julho. Mas tem de ser tudo bem feito. Não adianta começar e, daqui a pouco, parar de novo – explica o vice-presidente de patrimônio Alexandre Wrobel.
A verba será viabilizada com parcerias com Ambev e Lafarge, empresas que doam o dinheiro em troca de isenção fiscal. A ajuda financeira da prefeitura, que doou terrenos aos CTs de Fluminense, Vasco e Botafogo, não vingou. O Fla estuda outra maneira de ser contemplado pelo poder municipal.
– Espero que possa nos ajudar de outra maneira, como está ajudando os outros três grandes do Rio. Não vamos ficar desamparados. É de discutir. Talvez possa ceder algum terreno para a gente. O importante, porém, é que estamos prestes a retomar as obras. Hoje o CT está aquém do que o Flamengo precisa e do que o Flamengo merece. Temos estrutura boa quanto aos campos. Eles estão em situação boa. Agora, a estrutura de instalações e hotelaria é provisória e é precária. Temos de melhorar muito ainda – entende o presidente Eduardo Bandeira de Mello.
O período de obra é estimado em oito meses. As demais instalações a serem construídas, especificamente para as categorias de base, ainda não têm prazo para saírem do papel.
Fonte: GE