No clima da Copa – Parte 2.

Ufa!!!

Foi no sufoco, um desespero que ninguém esperava, contra duas seleções sul-americanas (as melhores da história dos dois países), mas Copa do Mundo é assim: quem não se lembra do biquinho do Ronaldo na Semifinal de 2002 contra a Turquia? Ou a falta do Branco que Romário precisou se contorcer para que a bola não batesse nele? Pelo menos os que já eram nascidos e presenciaram esses momentos não esquecerão jamais.
A Copa das Copas (pelo menos dentro de campo) continua sendo uma das mais emocionantes de todos os tempos, com muitos gols. No penúltimo dia da 1ª Fase, mais precisamente no terceiro gol da Bósnia e Herzegovina contra o Irã, a média de gols da Copa do Mundo chegou à incrível marca de três por partida, algo que não ocorria desde a Copa do Mundo do México em 1970. A partir daí todos os jogos ficaram truncados, difíceis, duríssimos e com placares mais modestos. Diminuíram os gols e passou a sobrar raça, determinação e muita marcação. Desde então a média de gols da Copa do Brasil diminuiu para 2,72 gols por partida, ainda assim a maior desde a Copa da Espanha em 82.
Dando sequência aos meus posts dedicados à Copa do Mundo, aproveitando a pausa do Flamengo e a falta de assunto nos arredores da Gávea, comentarei sobre os últimos dois jogos da Seleção e a grande expectativa para a Semifinal entre Brasil x Alemanha, terça no Mineirão. Quem não leu o post anterior, é só clicar aqui.
Brasil x Chile
Muito mais difícil do que muitos esperavam. Depois de o Brasil fazer um gol no início da partida e dar a impressão que faria um jogo fácil, o Chile conseguiu “achar” um gol num lance bobo, que deve ser colocado quase exclusivamente na conta do Marcelo, que cobrou o lateral de forma displicente para o Hulk, que estava marcado. A partir do gol, o Brasil se desestruturou emocionalmente, de forma muito parecida com a Copa de 2010. O juiz também contribuiu para o nervosismo da equipe, anulando um gol legítimo do Hulk e invertendo diversas faltas contra o Brasil. E o desequilíbrio da partida se manteve na disputa por pênaltis (Willian e Hulk cobraram muito mal os seus), Tiago Silva pediu para não bater, ficando sentado sozinho, separado dos demais jogadores. É evidente que cada atleta reage a determinadas situações de forma diferente, mas o nervosismo e o descontrole eram evidentes. Porém, o importante foi a classificação. Golear, vencer por 2×1 ou nos pênaltis, acaba sendo a mesma coisa no fim das contas.
Brasil x Colômbia
Melhor primeiro tempo do Brasil na Copa. Jogamos, marcamos, abrimos jogadas pelas laterais, corremos, suamos a camisa e tivemos diversas chances de gol. E não foi devido apenas à substituição do Daniel Alves pelo Maicon na direita, pois a postura do time foi diferente. Porém, no segundo tempo tudo voltou ao “normal”: suado, tomando pressão e jogando com um a menos (Fred não aparece em momento algum). Mas, assim como no jogo anterior, enquanto estivermos avançando, está de bom tamanho. Só faltam dois jogos para o título.
Fim de Copa para Neymar e suspensão de Thiago Silva
Não vou me ater muito à contusão do Neymar, porque o assunto já está batido demais. A entrada do colombiano Zuñiga foi maldosa, merecia no mínimo expulsão no jogo e exclusão da Copa, porém nem falta o juiz marcou (já que deu a “lei da vantagem”, em que não houve vantagem alguma). Quero me ater a quem irá entrar em seu lugar. A princípio será o Willian, jogador que não segurou as chances que teve até aqui. Também tomou uma pancada no treino de ontem, mas diz estar bem fisicamente, só com algum incômodo na região.
Na minha opinião, o Felipão precisa deixar o time leve e rápido, por isso entraria com Bernard no lugar do Neymar, também tirando o Fred para a volta de Luiz Gustavo, mantendo Paulinho, Fernandinho e Maicon no time. Não teremos a posse de bola contra a Alemanha, por isso precisamos adiantar a marcação, congestionar o meio campo o máximo possível e sair nos contra-ataques de forma rápida e decisiva. Neymar fará muita falta, será difícil vencer a forte Alemanha sem ele, mas no futebol nada é impossível. Basta um contra-ataque bem encaixado e pronto, mudamos a história da partida.
O desfalque que mais me preocupa é o Thiago Silva, pois tem jogado muito bem e é o capitão do time. Foi extremamente infeliz no lance do segundo cartão amarelo, se colocando desnecessariamente na frente do goleiro, o atrapalhando chutar a bola. Tem certos lances que são totalmente evitáveis e este era um deles. Entra Dante em seu lugar, formando uma dupla de zaga que, se não me engano, não atuou muito tempo junta (se é que já atuou). E entrosamento para dupla de zaga é essencial. Vamos torcer e ver no que dá.
Minha escalação para o jogo contra a Alemanha seria: Júlio César, Maicon, Dante, David Luiz e Marcelo; Fernandinho, Paulinho, Ramires e Oscar; Bernard e Hulk. Hulk atuaria como um falso centroavante, porém ninguém teria lugar fixo no ataque, confundindo a defesa da Alemanha. Quando roubar a bola, atacar com Ramires, Oscar, Bernard e Hulk e se defender com os demais; com Ramires também voltando para marcar e Oscar, Bernard e Hulk pressionando a saída de bola na frente.
Falta de grandes jogadores no elenco
É nessas horas que não entendo o que aconteceu com as carreiras de Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Robinho. Estes jogadores, em boa forma, seriam titulares em 95% das seleções que disputaram a Copa do Mundo. Até promessas recentes como Ganso e Pato se perderam pelo caminho. Às vezes me parece que nosso maior problema não é a falta de grandes jogadores e sim o excesso de grandes promessas. Quase todos ficam somente na promessa e não dão continuidade na sua formação, principalmente na Seleção Brasileira. Nossos times são sempre formados faltando um ano para as Copas e sempre são fortemente reformuladas de uma Copa para outra. Na Argentina da Copa do Brasil, 11 dos 14 jogadores que disputaram a final da Olimpíada de 2008 foram convocados. Se formos analisar as grandes seleções, veremos que os grandes nomes de cada grupo também estavam presentes em 2010. O Brasil foi quase totalmente reformulado, como sempre: apenas o goleiro Júlio Cesar e o lateral Maicon eram titulares na Copa da África do Sul. Além deles, Marcelo, Daniel Alves e o volante Ramires estiveram em 2010; Fred jogou a copa de 2006; e todos os demais 17 jogadores são estreantes em Copas. Não sou um especialista em Seleções, nem tenho um estudo aprofundado em mãos, mas se puxar pela memória não me recordo de campeões do mundo com um grau de renovação tão alto, pois geralmente os grandes nomes de uma Copa do Mundo já participaram de outras como coadjuvante. Enquanto essa reformulação constante permanecer, sem que os jogadores adquiram vínculo com a Seleção, jogando quase todos fora do país desde cedo, apenas começando a “frequentar” a Seleção Brasileira nas vésperas das competições importantes, esse problema se perpetuará.
Meu palpite é que o Brasil vence no sufoco, por 1×0 ou nos pênaltis. Mas como eu disse anteriormente, o que importa é continuar avançando. Três das cinco vitórias da Argentina foram por 1×0 e eles estão no mesmo lugar que a Holanda, que só em uma partida marcou cinco gols. Então vamos acreditar, torcer e fazer valer nosso “mando de campo”. Nunca perdemos para a Alemanha jogando no Brasil (são oito partidas, com quatro vitórias do Brasil e quatro empates) e acredito que não será desta vez que isso ocorrerá. Mesmo com a Seleção da Alemanha atuando com a camisa rubro-negra, muito claramente tentando trazer para o seu lado parte da torcida do Flamengo, sou mais Brasil. Desta vez o manto sagrado, ou seu clone, não será “uma bastilha inexpugnável”, citando o saudoso Nelson Rodrigues. O Brasil inteiro estará unido em torno da Seleção Canarinho, a única pentacampeã do mundo, o maior seleiro de craques da história. SRN.

Daniel Mercer.

Coluna do Flamengo

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