O Papaizão Severo do Futebol Brasileiro finalmente teve um dia feliz. Que beleza de vitória, Mengão. Sofrida, suada, perrengada e até meio injusta, porque mais uma vez jogamos nada. Mas quem liga pra isso? Somamos 3 pontos, subimos mais um degrauzinho na escadaria que leva até a saída do inferno da Z4 e ainda sacaneamos mais uma vez o nosso safado e desimportante genérico setentrional. Putz, que time asqueroso esse ixpó, longe dos tribunais pernambucanos não conseguem sequer fingir que são grandes.
Não há duvidas de que uma das coisas mais legais que podemos fazer sozinhos (sem mulher) é ver o Flamengo vencendo. Certo estava o ínclito juiz Eliezer Rosa quando propôs ao jurista João Antero de Carvalho um projeto de lei que obrigasse o Flamengo não apenas a jogar todos os dias, mas também a vencer todos os jogos. Uma pena que essa fantástica ideia tenha se tornado outra jabuticaba, mais uma lei que “não pegou”.
O sábio e esclarecido magistrado, torcedor do América, percebeu com grande sensibilidade que quando o Flamengo vence o papo é outro. O Maraca sorri, o Rio gargalha e, pra quê afetarmos modéstia? O Brasil todo tem seu ânimo revigorado quando o Mengão ganha. Mais gente lê jornal, menos aulas são matadas, quase todo mundo chega cedo no serviço. Ou seja, quando o Mengão ganha diminui o analfabetismo, aumenta-se a produtividade e até o PIB dá uma bombada. O Flamengo é mesmo fenomenal.
Apesar do despeito e do recalque das invejosas, não existe uma lei no Brasil que proteja o Flamengo. Pelo contrário, estão sempre fazendo o possível pra nos atrapalhar e nos afastar das nossas metas. Do STJD à Receita Federal, passando pela Câmara dos Vereadores carioca, os gravatas só atrasam o nosso lado. Mas como não podemos esperar nada do legislativo nacional o Flamengo tem que lutar pelas suas vitórias apenas com as armas que tem, que sabemos não serem muitas. E foi assim, com poucas balas na agulha que o Mengão pisou o Maraca no Dia dos Pais com a missão de sair da lama.
Humildão, fechadinho lá atrás pra não dar mole pra Kojak e não tomar gol, o Mengão 2014 parece uma paródia de si mesmo, pois jogando na retranca safada não consegue brilhar. Consciente de que está temporariamente sem poder de fogo, o que resta ao Flamengo é sé agarrar no que tem: uma camisa foda e uma torcida fodona. E na base do sufoco loco o Mengão cozinhou o jogo e torrou a paciência dos quase 50 mil fiéis que chegaram junto no Maraca.
Fiéis que não se arrependeram de hipotecar seu apoio ao Mais Querido. No finzinho da jornada a vitória tão ansiada chegou. Quando ninguém mais esperava rolou um surpreendente excelente cruzamento de João Paulo, na cabeça de Eduardo da Silva. O cara subiu sozinho e testou pro fundo do barbante do bom Magrão. Sem exageros, nessa hora Eduardo pareceu um daqueles centroavantes croatas que salvam domingos da Nação.
Os 3 pontos foram fundamentais pra moral, apesar de pouco significar em termos de tabela, ainda estamos no underground profundo. Valeu muito mais pelo simbolismo. Todos sabem que a memória do brasileiro só vai até a missa de 7º dia, mas no fim do jogo muita gente lembrou que em 2007 o Mengão protagonizou uma espetacular arrancada da Zona à Libertadores. Que começou justamente no Maracanã, na véspera de um Dia dos Pais, também contra um time pequeno de Pernambuco.
Não gosto de misticismos e não sou adepto da caça às coincidências, mas não posso deixar meu preconceito e meu primitivismo espiritual toldar a minha análise fria e imparcial. Os sinais estão no ar pra quem tiver olhos de ver. Quando o universo resolve conspirar à favor do Mengão ninguém segura!
Fonte: Urublog