Ontem o Flamengo tinha diversos motivos para eventualmente perder a partida: de 1998 até aqui, tivemos 10 confrontos com mando de campo do Coritiba e vencemos apenas dois (fonte: Futpédia). Além disso, o Coritiba é o atual lanterna e um adversário direto na briga contra a degola. Pra piorar, no campeonato desse ano a gente ainda não havia vencido nenhum jogo fora de casa.
Contrariando esses dados, vimos o Flamengo entrar ainda mais organizado do que já estamos vendo nas últimas rodadas após a chegada do Luxemburgo, principalmente no sistema defensivo. E com essa segurança na parte lá de trás, o meio-campo também trabalhou melhor com direito a passes com um pouco mais de qualidade.
Vontade também não tem faltado por parte dos jogadores. O Éverton merece novamente o destaque e nem é por conta do gol marcado. Mas sim pela entrega, raça e até mesmo pela tentativa de virar o ‘Van Persie Tupiniquim’ no Couto Pereira. Márcio Araújo foi outro que conseguiu segurar a onda com êxito e o Marcelo mandou bem apesar do susto contra o próprio patrimônio.
E se a vida no espaço é impossível, como retratado em ‘Gravidade’, também não é possível encontrar vida na zona de rebaixamento. A falta de pressão atmosférica é substituída pela presença de outras pressões, partindo de dentro e de fora dos gramados, principalmente quando se trata de um time grande como o Flamengo. Agora sim podemos retirar o capacete e começar a respirar um pouco sem o auxílio de equipamentos.
Não estamos livres. Na verdade, estamos bem longe disso. Mas na minha opinião o time começa a aparentar que pode e quer aprender a conviver com tudo que possui no momento. Não virão grandes reforços, não teremos grandes novidades. Mas sempre teremos o Flamengo para ser a força natural necessária sempre que faltar alguma outra coisa.
Fonte: Falando de Flamengo