Recebo telefonema atencioso do repórter Marcelo Resende, do diário Lance, querendo me ouvir sobre a pesquisa do IBOPE que será publicada amanhã no jornal comandado pelo competente e dinâmico empresário Walter de Matos Jr. Por uma questão ética não vou aqui divulgar os dados completos, porém deixo registrado o meu espanto pelo fato da torcida do Flamengo ter caído 1 ponto em apenas quatro anos. Na pesquisa feita em 2010 a torcida do Flamengo batia os 17,2%. Agora em 2014, quatro anos depois, bateu 16,2%, caindo 1 ponto. Para quem não sabe, 1 ponto significa a metade da torcida do Fluminense ou do Botafogo. Ambos aparecem empatados nesta pesquisa, cada um com 2,0 pontos. Como é que em quatro anos a torcida do Flamengo diminuiu o equivalente à metade da torcida do Fluminense? Com todo respeito, isto não existe. Confio no IBOPE, em seus dirigentes e métodos, porém mesmo sendo a matemática uma ciência exata e o centro da questão, é bom lembrar que os números são manipulados por seres humanos e os seres humanos erram.
Como para o Flamengo estes números podem representar significativo prejuízo, sugiro que o presidente Eduardo Bandeira de Melo encontre meios para escarafunchar esta pesquisa.
Dona FIFA, faça-me o favor…
Leio no portal UOL a matéria do excelente repórter farejador Vinícius Castro (ler aqui) em que o Flamengo levou “uma perna de anão”, na linguagem do futebol o mesmo que ser passado para trás, do clube árabe que comprou e não pagou pelo atacante Hernane, “O Brocador”.
Apesar da competência do repórter, achei estranho o trecho da matéria que afirma que, mesmo não pagando, sendo inadimplente e dando calote, a FIFA obriga que a documentação do jogador seja enviada para o clube caloteiro em sete dias. Como isto me pareceu absurdo, liguei para a CBF e falei com o novo diretor de registros, Reynaldo Buzzoni, e este confirmou que mesmo um clube inadimplente e caloteiro, após ter assinado com o jogador, tem a garantia de receber a documentação de transferência definitiva. Isto é muito parecido com a compra de um imóvel em que o vendedor, mesmo não recebendo o que lhe é devido pelo comprador, tem que assinar a escritura definitiva. Um absurdo! E não fica nisso. Se a CBF, por qualquer motivo, se negar a enviar a documentação no décimo quinto dia do pedido feito pelo clube caloteiro, este poderá utilizar livremente o jogador, devidamente acobertado pelo “manto sagrado” da FIFA.
Isto não é um estímulo à desonestidade?
Fonte: Blog do Kleber Leite