No momento das cartas abertas no Flamengo, sobre a última, pela forma deselegante, covarde, como a mim se refere e irresponsável, pelo fato de não me conhecer, tenho duas observações a fazer. A primeira, como dizem os antigos, quem escreveu, certamente foi “emprenhado pelo ouvido”, pois se tivesse lido todas as matérias deste blog veria que jamais houve qualquer crítica contundente a qualquer dirigente do Flamengo. Muito pelo contrário… A segunda, é que aprendi na vida que “vento que venta cá, venta lá”. O que me dá o direito, pelo que li, de imaginar que esteja faltando uma letra importante no sobrenome do autor argentino.
Bem, é isso aí.
Pitacos
Quando se emite uma opinião, claro que alguns vão concordar e outros não. Aliás, isto é muito bom. De repente, até quem emitiu a opinião, ante argumento que considere relevante, pode até rever o pensamento. Isto nada mais é do que exercitar o processo democrático. Há alguns companheiros deste blog que, nem sempre concordando, inspiram e enriquecem com seus pensamentos melhores colocações de nossa parte. Carlos Egon Prates é um caso típico: discordando muitas vezes, porém todas com sabedoria, elegância e educação. Há casos de extremo carinho, como o do Pablo Barcelos, filho do nosso remador Aroldão (Aroldo Barcelos Silva), que nos deixou no dia 12 de junho deste ano. Enfim, nada melhor do que interagir, desde que com elegância e, acima de tudo, sendo verdadeiro. As “armações” encomendadas, são conhecidas (muito usadas hoje no Flamengo) e, automaticamente deletadas.
Esperança
Há jogos em que você tem a sensação de saber o que vai acontecer, independente do seu estado de espírito. Algumas vezes, por pura intuição, outras baseado em algo concreto. Ontem, às 4 da tarde, sentei em frente à televisão com o sentimento de que novamente veria um time do Flamengo limitado tecnicamente, mas brigador e inteligente. E foi o que aconteceu. Intuição? Não, conclusão, após ouvir, no meio de semana, de Vanderlei Luxemburgo, não só uma análise perfeita sobre elenco e momento do Flamengo, como e, principalmente, sabedoria para encontrar uma saída honrosa com o material humano que tem ele à disposição.
Recentemente, pagamos o maior mico da história do futebol brasileiro pelo fato do nosso treinador não ter tido uma leitura precisa do material humano que dispunha. Pior, foi induzir nas pessoas a certeza da vitória, com a afirmativa de que tínhamos sim a obrigação de ganhar a Copa do Mundo. Ao contrário de Felipão, Vanderlei adequa o time que tem, e a necessidade de resultados imediatos, à forma de jogar. Claro que entendo e aplaudo quando nosso escribas falam em futebol bonito, ofensivo, em futebol arte etc. Só que, no momento, isto em termos de Flamengo é utopia. O que ouvi de Vanderlei me animou tanto que, pela primeira vez nos últimos jogos, liguei a televisão com otimismo e esperança. Não de uma grande atuação e, sim, achando que poderíamos ganhar os primeiros três pontos fora de casa. E, a menos que algumas caras novas surjam para dar mais qualidade ao time, muito melhor jogar fechadinho, sabedor dos seus limites, do que imaginar o que não se pode e acabar caminhando para o abismo.
Fonte: Blog do Kleber Leite